Entrevista: Kiko Loureiro
Conversamos com nosso Tesouro, Kiko Loureiro, onde, em uma conversa rápida, ele falou sobre shows com Marty Friedman, disco novo e, será que vai rolar volta para o Angra?
Confere Rock: Vamos começar falando da recém anunciada turnê pelo Brasil conjunta com Marty Friedman. Como surgiu a ideia e qual a expectativa desses shows?
Kiko Loureiro: “Bom, então, sobre a ideia de fazer a turnê com Marty Friedman. A turnê de 2024 que eu fiz aí em agosto foi super boa, super público, gostei muito de fazer, rever a galera do Brasil e já na sequência quando terminou a turnê com saldo super positivo os próprios contratantes, as casas de shows já me perguntaram se eu já não queria começar a marcar uma segunda perna 2025 e também fazer algumas cidades do nordeste que eu não fiz, então já estava com esse plano e aí no meu tempo eu sabia que eu ia lançar meu álbum, o “Theory Of Mind” e pensei bom, vai ser a turnê do “Theory Of Mind” mas seria legal ter algum convidado, eu tive o Bumblefoot no show de São Paulo de Curitiba e aí eu pensei, então fiquei pensando em alguns nomes e obviamente o nome do Marte Friedman vem a cabeça por vários. Eu me aproximei dele, eu sempre gostei do trabalho dele, né, tem uma relação com a música dele há muito tempo e depois obviamente tocando o Megadeth fui tirar os solos dele, eu tive uma proximidade, as duas vezes que eu fui para o Japão com o Megadeth a gente se encontrou, ficou trocando ideia, fui jantar junto, almoçar junto, e depois a gente tocou juntos, então teve essa relação, trocar e-mail, etc. Eu fui no show dele quando ele tocou em Los Angeles, etc. Então teve essa proximidade, então é um guitarrista que tá ali na minha cabeça, e aí eu perguntei pra ele se ele toparia, coincidentemente ele estava pra vir pra América Latina, e a gente meio então conseguiu juntar essas datas, não dá pra ser muitas datas com ele, porque ele também tem agenda antes e tem depois, mas deu super certo, fiquei super feliz dele ter topado e a agenda ter dado certo, porque só questão da pessoa topar. Fazer e ser viável mas também a questão de agenda e tudo mais. Então essa foi a conjuntura do convite com ele e obviamente a expectativa é das melhores possíveis porque já tive um grande resultado agora em 2024 e trazer o meu show de novo com músicas do trabalho novo quer dizer eu tenho um álbum novo para mostrar e ainda junto com Marty Friedman como convidado tocando músicas comigo não tem vai ser um show com certeza imperdível para os guitarristas os fãs de metal de uma forma geral né para quem gosta de metal para quem toca guitarra para quem acompanha minha carreira para quem acompanha a carreira do Marty Friedman então vai ser uma coisa realmente especial única que dificilmente vai acontecer de novo então com certeza é um show imperdível.”
CR: Sobre o seu novo disco, “Theory Of Mind”, ele se difere bastante do anterior, que tinha elementos do djent, entre outros. Em que você se inspirou para a composição do novo disco?
Kiko Loureiro: “Para o meu álbum, a inspiração é como a música em si. Se você cria um riff, solos, uma melodia, e uma hora você fala, deixa eu arrumar isso aqui tudo que eu tenho. E aí começa a se formar um álbum. Você precisa analisar a música que você tem. Algumas saem mais pesadas, outras mais complexas. Daí você vai analisando, vai tentando montar a estrutura para um álbum, que faça sentido, que conte uma história, que não tenha muitas músicas repetidas. E o “Theory Of Mind”, traz vários outros pensamentos e reflexões, ao longo do próprio tema, da “teoria da mente”, e também um pouco sobre a psicologia da teoria da mente, e também, a questão da Inteligência Artificial, que estão passando nos testes da teoria da mente, que é uma capacidade única, humana. Então, essas reflexões, ao longo da composição do álbum, é o tema que coloco na músicas, e é como coloco isso nas melodias.“
CR: Há pouco mais de um ano você anunciou sua saída do Megadeth, e hoje segue com a carreira solo. Você acha que seria mais difícil se vincular a uma banda hoje em dia, e acha mais “fácil” seguir um trabalho solo?
Kiko Loureiro: “Sobre eu tocar numa outra banda, eu tô aberto, a questão não é nem essa aqui, eu não fui atrás e não apareceu, é uma coisa recente, é um ano, né? E eu tava lançando meu trabalho, terminando o álbum, depois tive a turnê no Brasil, teve mais algumas outras atividades que eu fiz ao longo desse ano, de camp, guitar camp, eu participei de algumas palestras, algumas coisas assim, agora eu fui pra Arábia Saudita pela primeira vez na vida, então sempre tem algumas coisas acontecendo, além da turnê que foi no Brasil, né? E além do lançamento do álbum que tudo isso já dá bastante trabalho, eu tenho uma guitarra academy, tenho uma academia de guitarra também que tem muitos alunos e eu faço também lives, streaming específicos pra eles, que toma também um tempo pra manter isso, então assim eu não fiquei procurando banda, nem tô procurando banda, mas se aparecer eu não tô dizendo que eu não vou fazer. Aparecer, vou considerar com certeza, né? E nessa eu consigo fazer meu trabalho musical que eu tenho vontade e não preciso, sei lá, fazer coisas que eu não tô afim, né? Então, assim, pelo tudo que eu construí na minha carreira, é viável eu também fazer essas turnês com meu trabalho, tocar, sempre requisitado pra esse público tanto de heavy metal como o público da guitarra de uma forma.”
Confere Rock: Sobre o Angra, você cogitaria, ou chegou a cogitar um retorno em algum momento?
Kiko: “Eu não cogitei nada, o Angra tá muito bem, eles vão fazer um hiato agora, estão fazendo a tour do Temple of Shadows, que a gente tem o maior orgulho desse álbum, tá relançando uma edição especial do álbum, então isso aí eu tô acompanhando, eu tô de perto e estou sempre apoiando, divulgando, encontrando, falando com a galera toda do Angra, grandes amigos. E é isso, eu não acho que não se cogitou nenhuma volta mesmo porque o Angra tá bem e também eles estão fazendo esse hiato de um ano agora, né? Então assim, nem cabe essa conversa.”
Kiko Loureiro lançou recentemente seu mais novo disco,” Theory Of Mind“, o primeiro trabalho desde que deixou o Megadeth.
Crédito foto: Thammy Sartori