Resenha: Kiko Loureiro – “Theory of Mind” (2024)

Que Kiko Loureiro já é um dos maiores gênios da guitarra dos últimos anos é chover no molhado. O mesmo vale para falar sobre a qualidade absurda que um registro solo seu terá, e tem!

Assim é com “Theory of Mind“, seu mais novo disco, lançado pela Voice Music, e que ele nos falou um pouco sobre o seu conceito em um entrevista nos concedida.

Muito se aguardava de seu novo registro, pois este era seu primeiro desde quando deixou o Megadeth, e sucessor de “Open Source“, de 2020. Acompanhado mais uma vez por Felipe Andreoli e Bruno Valverde, ex companheiros do Angra, Kiko viaja pelos segredos da mente e seus diversos caminhos.

A faixa de abertura, “Borderline”, traz alguns traços do disco anterior, mas com ares totalmente novos, e linhas um tanto pesadas. “Out of Nothing“, Kiko consegue criar um instrumental um tanto cativante, mesmo estando jogando o seu poder ao máximo, em palhetadas um tanto certeiras, ele faz a façanha de mesmo soando um monstro, isso se cativante a qualquer ouvinte, seja ele o mais ardoroso músico ou não. “Talking Dreams” é moderna, requintada e luxuosa, com uma delicadeza em meio a cada nota entoada. “Point of no Return” é a pérola do disco. O drama climático da música é nada menos do que sublime! Emoção transborda em cada nota e é um tapa na cara de quem fala que um músico desse calibre não possa criar algo com feeling, pois é o que mais se tem aqui, em meio a uma técnica vibrante e insana! Uma jóia monstruosa e indispensável, sendo fácil uma das melhores faixas lançadas no ano passado. “Raveled” traz alguns riffs em inspiração no tempo de Kiko no Megadeth, com seu riff principal, e apesar de boa faixa, acaba ofuscada pelo baque da anterior. “The Barefoot Queen“, é uma quebradeira progressiva poética e recheada de camadas que passeiam em rítmos dos mais diversos e causam um nó no ouvinte, mas ao mesmo tempo, uma sensação de ansiedade pelo caminho que será seguido adiante, e merecia ser o final apoteótico da obra. Quem se encarrega disso é “Finitude”, que acaba soando um pouco neutra em relação a tudo que se ouviu até aqui, longe de ser ruim, mas sem alguma presença destacada.

Mais uma vez, é chover no molhado falar de um disco de alguém tão poderoso como Kiko Loureiro e sua força na guitarra, e entrega a nós, meros mortais, uma peça simplesmente divina!

NOTA: 8

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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