Glenn Hughes é gigante em “pré aposentadoria” e mostra ainda ter lenha para queimar
Fotos: André Tedim
Quando Glenn Hughes anunciou que estaria se aposentando, todos pensaram que seria o melhor momento para isso, e que uma lenda desse tamanho teria seu descanso merecido.
Porém, nas sexta feira, a lenda foi responsável por fechar o o primeiro dia do Bangers Open Air, e sinceramente, foi muito difícil sequer se lembrar de que o homem havia falado em parar, pois muito pelo contrário de outros que estão na ativa, Hughes parece em pleno vigor e forma e cantando de uma forma absurda.
Abrindo com a potente “Stormbringer”, clássica do Purple, Glenn acompanhado por Søren Andersen (guitarra), Ash Sheehan (bateria) e Ed Roth (teclados), lança de cara agudos no teto e mostra uma força espetacular de sua voz. Seu baixo tinha uma potência monstruosa, mas em momento algum, apagava os seus companheiros de banda, com um som bem regulado, o que foi meio difícil de se ver ao longo deste dia. Andersen emendou um solo extraordinário e de respeito na faixa. “Might Just Take Your Life” é a seguinte, guiada pelos “Hammond” de Roth, e detalhes com toque de charme da bateria de Sheehan. A pesada “Sail Away” vem na sequência, e emenda um semi-blues nos versos e o groove da banda fica escancarado e causa impacto no ouvinte, seja ele de qual geração for. Glenn passeia por diversos tons de sua voz, mais uma vez abusando de agudos, e é um prazer um homem desses a sua frente e todo o seu poder. Na sequência, é hora de Hughes agradecer pelo apoio dos fãs a tantos anos de carreira e em sua trajetória, e pede ‘ajuda’ para Sheehan, que começa um swing monstro na bateria, sendo esse só o prelúdio do que viria pela frente. “You Fool No One / The Mule / Blues / High Ball Shooter / You Fool No One / You Fool No One”, e no meio disso tudo, ainda rolou tempo para solos de guitarra e bateria. Ufaaa, que sequência foi essa!!
Mas ainda havia mais por vir, e Glenn disse “eu sei o que vocês querem ver”. Essa era a chamada para a poderosa e imponente “Mistreated”. A música parece um verdadeiro deleite tanto para os fãs como a banda, que se delicia em cada passagem e verso da canção, e Hughes parece uma criança brincando com sua voz, fazendo linhas bastante longas e altas durante as ‘interveções’ da música e como é gracioso presenciar isso.
O longo tempo que a música tem em sua duração parecem voar ao olhos de quem está ali. A swingada “Gettin’ Tighter” já abre com presença e se coloca a frente, imponente e com um instrumental absurdo. “You Keep On Moving” aparece na sequência, mas fica ofuscada pela ode “Burn”, que arranca gritos, palmas e coros do público, fechando a apresentação em extâse e com direito a “obrigado” de Glenn antes do final. É surreal ver tanta história do rock assim diante dos seus olhos.
Ao final, você sai com a reflexão de que Glenn Hughes ainda tem muita lenha a queimar, e se ele está pensando de fato em uma aposentadoria, é por vontade (e direito) seu, pois facilmente ele poderia continuar adiante entregando o que o rock tem de melhor nesse mundo.
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