Iron Maiden: nove anos do lançamento de “The Book of Souls”

Estamos na semana do Iron Maiden. Se ontem foi aniversário de dois álbuns da banda, o aclamado “Powerslave“, lançado em 1984 e “Senjutsu“, lançado em 2021, hoje é a vez do antecessor deste, “The Book of Souls“, lançado há 9 anos, em 4 de setembro de 2015 e que é assunto nosso por aqui.

A banda vinha da turnê do álbum “The Final Frontier“. A turnê, inclusive, passou pelo Brasil, quando a banda foi a headliner da noite que encerrou o festival. Depois de um período de descanso merecido, a banda iniciou o processo de composição e gravação do vindouro play. Adrian Smith e Nicko McBrain foram vistos em Paris, assistindo a uma partida da Copa Davis de tênis e isso levou a rumores (confirmados depois) de que a banda estava na França gravando seu novo álbum.

O álbum marca a estreia da banda por uma nova gravadora, a Parlophone. Como a EMI foi vendida, passando a ser parte da Warner Music Group, a Donzela partiu em busca de novos horizontes. Essa era apenas a segunda gravadora da banda, que em 2015 completou 40 anos de existência. Outra curiosidade é que o álbum traz a música mais longa dentre todas que o Iron Maiden já compôs: “Empire of the Clouds“, com seus 18 minutos, ultrapassou “Raime of the Ancient Mariner“, lançada lá em “Powerslave“, que com seus quase 14 minutos reinou por quase 30 anos como a mais extensa. A mesma “Empire of the Clouds” tem um marco especial: 3 a primeira a ter Bruce Dickinson também tocando piano em uma música do Iron Maiden.

Como dissemos mais acima, a dupla Adrian Smith e Nicko McBrain foram vistos em Paris, no mês de setembro de 2014, que coincidiu com a estadia da banda no estúdio Guillaume Tell. Eles ficaram por lá até dezembro daquele ano, na companhia do produtor Kevin Shirley. Pela segunda vez seguida, o Iron Maiden lançou um álbum que tem uma música com o mesmo título de outra música lançada por Bruce Dickinson em sua carreira solo: no álbum anterior, eles lançaram “The Alchemist” e agora uma canção chamada “The Man of Sorrows“. Nenhuma das duas faixas têm correlação com as músicas lançadas nos álbuns “The Chemical Wedding” e “Accident of Birth“. Mas a faixa “If Eternity Should Fall“, foi escrita por Bruce em um primeiro momento para ser uma canção de sua carreira solo.

Musicalmente falando, “The Book of Souls” traz novamente o Iron Maiden apostando na sonoridade mais Prog. Ele é bem extenso, com mais de uma hora e meia de duração e por isso foi lançado como CD duplo. Diferente de outros álbuns, os membros chegaram no estúdio com esboços do que viriam se tornar as músicas, e à medida que iriam terminando cada faixa, já gravavam. Segundo Harris, isso deu a sensação do “ao vivo”.

No início de 2015, tão logo as gravações se encerraram, Bruce Dickinson foi diagnosticado com câncer na língua e isso fez com que a banda segurasse o lançamento do nosso homenageado do dia. Em maio daquele ano, depois de tratamento, os médicos declararam que o vocalista estava curado e livre para voltar a cantar e assim ficou determinado que o álbum sairia em setembro daquele ano.

The Book of Souls” fez mais uma vez grande sucesso entre público e crítica. Mais do que isso, alcançou o topo das paradas em diversos países, como o Brasil. Veja só, caro leitor, o Brasil, berço da música atual que é de péssimo gosto e só o Iron Maiden para conseguir superar toda essa mediocridade do sertanejo universitário e de Anitta e Ludmilla da vida, e reinar absoluto em primeiro lugar por aqui. Uma prova de que nosso país ainda tem salvação quando o assunto é cultura.

A primeira posição foi repetida nos seguintes países: Argentina, Áustria, Bélgica, Colômbia, Croácia, Países Baixos, República Tcheca, Finlândia, Alemanha, Grécia, Hungria, Israel, Itália, México, Noruega, Polônia, Portugal, Sérvia, Escócia, Eslovênia, Espanha, Suécia, Suécia e Reino Unido. Na “Billboard 200”, o álbum repetiu sua melhor posição, 4° lugar, que em 2021 foi superado por “Senjutsu“. Ficou em 2° na Irlanda, França, Austrália e Canadá, 3° na Dinamarca e Turquia, 4° na África do Sul, 6° no Japão e 26° na Coreia do Sul. A banda recebeu disco de Ouro na Áustria, Canadá, Finlândia, Croácia, França, Alemanha, Itália, Noruega, Polônia, Suécia e Reino Unido, além de Platina na Hungria.

Não estamos falando de qualquer banda e sim do Iron Maiden, essa galinha dos ovos de ouro do Heavy Metal. Que felizmente está na ativa produzindo álbuns e fazendo shows, o Brasil irá testemunhar mais uma apresentação da banda, no mês de dezembro, em São Paulo. Hoje é dia de celebrar essa obra de arte, ouvindo-o no volume máximo, enquanto agradecemos por viver na mesma geração desses caras. Longa vida ao Iron Maiden.

The Book of Souls – Iron Maiden
Data de lançamento – 04/09/2015
Gravadora – Parlophone

Faixas:
01 – If Eternity Should Fall
02 – Speed of Light
03 – The Great Unknown
04 – The Red and the Black
05 – When the River Runs Deep
06 – The Book of Souls
07 – Death or Glory
08 – Shadows of the Valley
09 – Tears of a Clown
10 – The Man of Sorrows
11 – Empire of the Clouds

Formação:
Bruce Dickinson – vocal/ piano em “Empire of the Clouds”
Steve Harris – baixo
Adrian Smith – guitarra
Dave Murray – guitarra
Janick Gers – guitarra
Nicko McBrain – bateria

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

One thought on “Iron Maiden: nove anos do lançamento de “The Book of Souls”

  • setembro 4, 2024 em 10:01 pm
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    “Empire of the Clouds“…vai virar um Alexander the Great, só que dificilmente os caras do Maiden irão tocar ela ao vivo algum dia, posso estar errado sobre isso!!!! The Book…na minha opinião saiu melhor do que o Senjutsu, valeu!!!!

    Resposta

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