Jonathan Davis fala sobre fama, Unplugged e cover do Evanescence

O Korn está prestes a completar 30 anos de carreira, e seu vocalista, Jonathan Davis, falou sobre uma retrospectiva de alguns pontos dessa jornada, em entrevista à Metal Hammer.

Ele fala o quão difícil foi tocar a faixa “Daddy”, onde relata um abuso que sofreu quando criança, ao vivo pela primeira vez em 2015, no 20º aniversário do disco de estreia. Davis disse:

Eu senti como se tivesse roubado o mundo de fazer aquele show por tanto tempo. Eu senti que devia isso aos nossos fãs que foram hardcore o suficiente para vir nos ver no 20º aniversário daquele álbum, mas eu não quero fazer isso de novo. Saindo e fazendo turnê com aquele disco, percebi o quão sombrio ele é – é uma merda deprimente. Quando entramos em Follow The Leader, tornou-se mais sobre o groove. A emoção estava lá, mas não era aquela escuridão particular que capturamos naquele primeiro disco. Em alguns anos, será o 30º aniversário e… acho que não quero passar por isso de novo. Foi difícil e acho que estava provando a mim mesmo que também poderia fazer isso.

Jonathan também falou sobre como foi lidar com a fama, ainda tão novo:

Tornei-me um alcoólatra inveterado. Você não pode ir a lugar nenhum, não pode fazer nada, tem que ter um maldito guarda-costas 24 horas por dia. Merda louca. Até hoje é difícil, mas foi para isso que nos inscrevemos. Todo mundo no Korn enlouqueceu um pouco no final dos anos 90.

Foi difícil para meu filho, Nathan. As pessoas me apressavam e ele começava a chorar, porque tudo o que sabia era que ‘este é o meu pai e esta é a hora do meu pai’. Ele chorava e eu tinha que dizer a essa pessoa: ‘Ei, estou com meu filho.’ E eles vão embora chateados. É mentalmente desgastante, a maioria das pessoas não sabem o quanto. 

Alguns diziam, você é um filho da puta ingrato, foda-se! Estou queimando seus CDs!’ Esse tipo de merda.

 Jonathan foi questionado sobre o que ele achou do cover do Korn, “Thoughtless”, feito pelo Evanescence, em 2004. Ele diz:

“ADOREI! Eu amei como eles quebraram e realmente entenderam a progressão de acordes e a melodia; Escrevi aquela porra em um violão no meu quarto no Arizona, quando nos mudamos para escrever” Untouchables”. Eu me tranquei no meu quarto e escrevia a noite toda. Eu criei aquele riff, toquei bateria na demo, gravei tudo e simplesmente amo o que Amy o tenha feito tão… linda. Então,  lançou o álbum ao vivo de 2004, eles não colocaram o adesivo [Parental Advisory] nele…

E continua, sobre o Walmart ter retirado o disco das prateleiras devido ao conteúdo lírico da música:

Tudo porque uma família cristã tensa ficou chateada com a linguagem lá!

Exatamente, toda essa merda. Eu estava pensando, ‘Sim!’ Eu amo isso.”

Davis ainda falou sobre um ponto marcante da carreira do Korn, o seu disco Unplugged para a MTV:

Ninguém acreditava que conseguiríamos! Foi a coisa mais complicada que já fizemos. Tínhamos todos esses músicos extras, cordas, um tocador de carrilhão, o tocador de gaita. ‘Korn não pode fazer Unplugged !’ ‘Sim? Nós podemos, porra, assista isso!’ Tínhamos que olhar para o que Korn realmente é, é sobre eu expurgar meus demônios, mas fizemos exatamente o que queríamos e queríamos sair do campo esquerdo. Muitas pessoas odiaram, mas nós realmente não nos importamos.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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