Killer Be Killed – (Relançamento)
O Killer Be Killed surgiu como uma daquelas colaborações que chamam atenção de imediato. Reunindo Troy Sanders (Mastodon), Greg Puciato (The Dillinger Escape Plan), Dave Elitch (ex-The Mars Volta) e o veterano Max Cavalera (Soulfly, ex-Sepultura), o projeto prometia um choque de estilos e personalidades. O resultado, felizmente, entrega tanto a força quanto as particularidades de cada integrante, mesmo que nem sempre da forma mais previsível. O disco foi relançado pela parceria Nuclear Blast e Shinigami Records.
Logo de cara, o single “Wings of Feather and Wax” mostra o poder de fogo da banda, com um refrão pegajoso e memorável, ainda que não represente plenamente a diversidade do álbum. Já em “Face Down”, o grupo consegue equilibrar groove, peso e experimentação progressiva, revelando como cada músico contribui para a identidade do supergrupo. “Save the Robots” aposta em transições vocais bem amarradas e soa quase como uma versão moderna do próprio Mastodon, enquanto “Curb Crusher” traz um jogo interessante de influências: Max flertando com a pegada sludge e Troy assumindo linhas que remetem ao Soulfly. Outra boa surpresa é “Fire to Your Flag”, onde o caos controlado lembra os momentos mais intensos do The Dillinger Escape Plan.
Apesar dos acertos, nem tudo funciona. “Melting of My Marrow” escorrega em um pré-refrão que parece deslocado, e “Snakes of Jehova” pende para um nu metal que pode dividir opiniões. Ainda assim, o conjunto é muito mais sólido do que irregular, e o prazer de ouvir esses músicos interagindo em um mesmo registro pesa a favor.
No fim das contas, o álbum do Killer Be Killed é direto, pesado e acessível, com momentos de progressividade bem dosados. Talvez soe mais “básico” do que o histórico das bandas envolvidas faria supor, mas é justamente nessa simplicidade que reside parte de sua força: uma celebração de riffs certeiros, refrães marcantes e química entre músicos que, individualmente, já escrevem capítulos importantes na história do metal.
NOTA: 8