King’s X – “Three Sides Of One” (2022)

Você já ouviu alguma música do King’s X? Já ouviu sequer falar deles? Acho que não…quase ninguém conhece o power trio de Springfield (Hello, Bart) e isso é um dos maiores pecados da história musical moderna, mas cá para nós, os caras também não ajudam e não é pela qualidade sonora ruim deles, muito pelo contrário, é que simplesmente Doug Pinnick (baixo), Jerry Gaskill (bateria) e Ty Tabor (guitarra) misturam tanta coisa nesse caldeirão artístico deles que a maioria não entende.

Após 14 longos anos de intervalo a partir de “XV” (2008), “Three Sides Of One” (2022), seu décimo terceiro registro de estúdio, traz o inesperado, normal em se falando de King’s X. Nesse tempo, a banda passou por diversos problemas de saúde. Jerry teve 2 ataques cardíacos, Doug operou a coluna e, recentemente, Ty Tabor declarou que está com uma “doença séria” e a vindoura tour teve que ser cancelada.

Desde “Let It Rain” até “Every Everywhere“, o King’s X mostra por que tanta gente do cenário musical, sejam músicos ou a própria crítica, tem adoração pelo trio.

Depois de algum tempo com o protagonismo vocal ficar praticamente com a responsabilidade de Doug, “3 Sides Of One” traz Ty Tabor e, principalmente, Jerry Gaskill mais presentes nos vocais, aliás, os melhores momentos do álbum são quando o baterista coloca sua linda voz em ação, como em “Take The Time” (minha preferida), “Festival” e mais um tributo aos Beatles feito por ele em “Holidays”. Doug e Ty brilham respectivamente em “Nothing But The Truth” e “All God’s Children” entre outras, mas o debilitado Jerry mostra que além de ser um ótimo baterista, canta e compõe muito bem.

“Three Sides Of One” provavelmente é o derradeiro registro do King’s X e mais uma vez eles entregaram uma obra artística de verdade. Enquanto a maioria se preocupa em fazer música direcionada ao mercado musical , os caras continuam a fazer música para eles mesmos e sem nenhuma concessão.

Se esse for o canto do cisne da banda, eles saem exatamente onde sempre estiveram, no topo, pelo menos no coração de alguns.