Lamb of God: 20 anos do poderoso “Ashes of the Wake”

Foto: Greg Watermann

Nosso papo deste sábado será sobre “Ashes of the Wake“, o terceiro full-lenght do Lamb of God (quarto se considerarmos o álbum lançado em 1999, quando a banda ainda se chamava Burn The Priest) foi lançado há 20 anos, em 31 de agosto de 2004.

Se a banda já havia mostrado evolução no disco anterior, “As The Palaces Burn“, aqui em “Ashes of The Wake“, a evolução se mostra ainda mais nítida. É um álbum tão raivoso quanto o anterior, porém, muito, mas muito mais técnico. E não estou falando mal do disco que antecedeu, pois ele foi por muito tempo, o meu favorito da discografia dos caras.

Então eles juntaram ao produtor Machine e as gravações se dividiram em dois estúdios: “Water Music Studios“, em Hoboken, New jersey e no “Sound of Music“, em Richmond, “fucking Virginia”, como costuma bradar Randy Blythe nas apresentações ao vivo da banda. O disco foi lançado pela “Epic Records”. Em pouco mais de 47 minutos, temos muito peso e fúria reunidos em uma pequena bolacha.

Bolacha essa que começa arrasadora, nas primeiras seis músicas. Sim, é petardo atrás de petardo, sem piedade. Os caras seguem raivosos em suas composições. Algumas letras tratavam de temas atuais à época: a faixa título, “Now You’ve Got Something to Die For“, “One gun“, “The Faded Line“, tratam da guerra do Iraque, um pretexto arranjado pelo ex-presidente dos EUA, o lunático George Walker Bush, para invadir o território alheio em busca de petróleo. E se pensarmos bem, elas seguem atuais até hoje.

A bolacha tem 52 minutos e onze canções, algumas que se tornaram clássicas e obrigatórias nos shows do Lamb of God, como as já citadas “Now You’ve Got Something to Die for” e “The Faded Line“, além dos hinos “Laid to Rest“, “Omerta” (esta costuma abrir as apresentações da banda) e também “Hourglass“. Ainda que seu sucessor, “Sacrament” seja o álbum mais bem sucedido comercialmente, “Ashes of the Wake” é, de longe, o álbum mais consistente da banda.

A versão japonesa do álbum contém uma faixa bônus: “Another Nail for Your Coffin“. A primeira prensagem do álbum veio com um disco bônus chamado “Pure American Metal” e traz algumas faixas dos três álbuns anteriores lançados pela banda: “Burn The Priest“, “New American Gospel” e “As The Palaces Burn“, uma versão ao vivo para a música “11th Hour“, além de uma versão demo para a música “Laid to Rest“. Em 2019, para comemorar os 15 anos do álbum, foi lançada uma edição com 4 faixas bônus, versões demo para algumas das músicas presentes no álbum. E esse ano, uma edição comemorativa dos 20 anos está sendo preparada, com 8 faixas bônus, que incluem demos, remix e faixas ao vivo.

Nosso aniversariante tem dois convidados de peso: Alex Skolnick, guitarrista do Testament e Chris Poland, ex-Megadeth gravaram os solos da música “Ashes of the Wake“, o que enriqueceu ainda mais a qualidade do play, que traz as já habituais performances da dupla de guitarristas Willie Adler e Mark Morton, duas máquinas de riffs, e também o cavalar Chris Adler, cujas linhas de bateria dão trabalho até hoje ao seu sucessor, o não menos competente Art Cruz.

19 Years Ago: Lamb of God Release 'Ashes of the Wake'

Inevitáveis algumas comparações com o Pantera, a banda que popularizou o Groove Metal. Apesar dos muitos elementos similares no som de ambos, porém, o quinteto de Richmond não faz muito uso dos solos em suas músicas. E por vezes soa mais brutal, pelo fato de ter dois guitarristas e um baterista que é sensacional (sem querer tirar os méritos dos irmãos Abott, uma vez que eles deixaram um lindo legado, que estão tentando apagar com essa reunião fajuta que Phil Anselmo tem feito, usando o nome do Pantera).

Algumas conquistas de “Ashes of the Wake” foram, alcançar o 27º lugar da parada da “Billboard“, vendendo 35 mil cópias somente na primeira semana de lançamento; além disso, o disco foi eleito o 49º melhor trabalho de guitarra de todos os tempos pela revista “Guitar World”. A “Metal Hammer” compilou uma lista dos melhores álbuns do século 21 e “Ashes of the Wake” ficou na honrosa 5ª posição. E foi na turnê deste álbum que a banda acabou lançando seu vídeo oficial, chamado “Killadelphia“.

Ashes of the Wake” é um disco Indispensável na coleção do fã que curte um trampo pesado, brutal e ao mesmo tempo bem trabalhado e sem guitarristas fritando. Hoje é dia de celebrar esse discaço e desejar longa vida ao Lamb Of God, que segue pesado e letal, quem os viu ao vivo no Summer Breeze ano passado, certamente irá concordar com este redator que vos escreve. Enquanto aguardamos um novo play do LOG, a gente bota o novo “vintão” para tocar. No volume máximo.

Ashes of the Wake – Lamb of God
Data de lançamento – 31/08/2004
Gravadora – Epic

Faixas:
01 – Laid to Rest
02 – Hourglass
03 – Now You’ve Got Something to Die For
04 – The Faded Line
05 – Omerta
06 – One Gun
07 – Blood of the Scribe
08 – Break You
09 – What I’ve Become
10 – Ashes of the Wake
11 – Remorse of The Dead

Formação:
Randy Blythe – vocal
Willie Adler – Guitarra
Mark Morton – Guitarra
John Campbell – Baixo
Chris Adler – Bateria

Participações especiais:
Chris Poland – guitarra solo em “Ashes of the Wake”
Alex Skolnick – guitarra solo em “Ashes of the Wake”

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *