Linkin Park em Curitiba: Uma Noite para Honrar o Passado e Celebrar o Recomeço
Por Matheus Wittkowski
Num Couto Pereira lotado, milhares de fãs aguardavam ansiosos para viver o momento histórico da primeira visita da banda à cidade de Curitiba.
Poppy, que acompanha a banda desde o início da turnê pela América do Sul, aqueceu bem o público com sua sonoridade pesada — uma surpresa para quem julga o livro pela capa. Mas quem já conhece seu trabalho sabe que o “pop” não vai muito além do nome. A escolha da cantora para abrir os shows do Linkin Park foi certeira: seu vocal potente, que alterna entre o melódico e o agressivo, dialoga diretamente com a identidade sonora da atração principal.
Após a contagem regressiva se encerrar, um feixe de luz rasga o palco, junto com o som grave da música de abertura que, crescendo aos poucos, com mais elementos, deu cada vez mais corpo à atmosfera quente do estádio, para enfim iniciar essa noite inesquecível com a primeira música, “Somewhere I Belong“, do icônico álbum Meteora. Sem muita cerimônia, a banda já emendou o clássico “Crawling“, seguida de “Up From the Bottom” – mais recente, mas já uma das mais fortes do novo disco –, “New Divide” e, fechando esse primeiro ato, não poderia faltar a principal, “The Emptiness Machine“, single que apresentou a nova formação da banda ao mundo.
Por falar em nova formação, acho que é seguro afirmar que quem duvidou da escolha de Emily Armstrong para conduzir os vocais da nova formação da banda, estava completamente equivocado. Emily ao mesmo tempo que traz a mesma agressividade do estilo de Chester, trouxe um certo frescor para a sonoridade da banda. Não, o objetivo aqui não é comparar os dois, já é consenso que não faz sentido a comparação. A chegada de Emily traz renovação, recomeço – como o próprio nome da tour sugere – e até um retorno às origens da banda, já que o último álbum antes do hiato da banda foi alvo de críticas por sua sonoridade um tanto quanto divergente da tradicional sonoridade agressiva da banda.
Voltando ao show, o espetáculo transcendeu a música. No palco, uma estrutura de telões formava dois grandes cubos posicionados na parte superior, compondo o visual junto com a iluminação e jogo de lasers. Fora do palco, a platéia iluminou o Couto Pereira com pontos de luz nas cores da tour, rosa e azul, bem como a chuva de papel picado que aconteceu em diferentes momentos, em “The Catalyst“, “One Step Closer” – com participação especial de Poppy – e novamente na última música da noite.
“The Catalyst” e “One Step Closer“, respectivamente, abriram e fecharam o segundo ato do show. Ato esse, que figurou um momento emocionante e único de interação de Mike Shinoda com o público. Durante o medley “When They Come for Me/Remember the Name“, do alto da passarela o cantor notou um pai que estava com a filha na grade da pista. Ele desceu até lá e deu de presente para a pequena o seu boné. De lá, ao invés de retornar ao palco pelo caminho mais curto, Shinoda saiu pela parte de baixo, cumprimentando todos que estavam no caminho.
O show seguiu e a banda não deixou de tocar os seus maiores hits, dos clássicos aos mais recentes: “Over Each Other“, “What I’ve Done“, “Numb“, “In the End“, “Faint” foram algumas das músicas que completaram os atos 3 e 4 do show, mas ainda faltaria o bis. Depois de deixar o palco, com um pouco de suspense, a banda retorna para sacramentar uma noite que entrou pra história do estádio, de Curitiba e da vida todos que estavam presentes. “Papercut“, “Heavy is the Crown” e “Bleed it Out” encerraram esse setlist que honrou a memória de Chester e realizou o sonho de milhares de fãs.
O setlist:
Somewhere I Belong
Crawling
Up From the Bottom
New Divide
The Emptiness Machine
The Catalyst
Burn It Down
Cut the Bridge
Where’d You Go
Waiting for the End
From the Inside
Two Faced
When They Come for Me / Remember the Name
Given Up
One Step Closer
Lost
Over Each Other
What I’ve Done
Overflow
Numb
Stained
In the End
Faint
Papercut
Heavy Is the Crown
Bleed It Out
