Lutharo – “Chasing Euphoria” (2024)

Misturando o Heavy Metal tradicional, Death Metal Melódico e Thrash Metal, a banda canadense Lutharo, oriunda de Hamilton, Ontário, retorna com seu segundo álbum, “Chasing Euphoria“, lançado pela Atomic Fire Records e distribuído pela Shinigami Records. O segundo disco da banda, que pode ser visto como seu melhor exemplar até o momento, sucede o elogiado “Hiraeth” de 2021. Gravado no Coho Studio pelo baterista Cory Hofing, com gravações adicionais de Thomas Ireland e a refinada mixagem e masterização de Lasse Lammert do LSD Studio, o álbum traz uma boa arte em sua capa, obra do sueco Niklas Sundin e que já pode ser um convite ao ouvintes. Chasing Euphoria traz bons momentos, com destaque para a vocalista Krista Shipperbottom, que se junta ao guitarrista Victor Bucur, o baixista Chris Pacey e o baterista Cory Hofing.

A abertura cinematográfica de “Gates of Enchantment” prepara o terreno para o devastador “Reaper’s Call“, onde a guitarra incendiária de Victor eleva o Melodic Death Metal a um novo patamar. A brutalidade prossegue em Ruthless Bloodline, com Cory e Chris conduzindo uma base rítmica implacável. Em Time to Rise, Krista exibe todo seu poder vocal, alternando entre vocais limpos e guturais com maestria. Born to Ride vai na linha do mais puro metal, com letras marcantes e uma sonoridade perfeita para aventuras na estrada. Bonded to the Blade mantém o ritmo, embora com menos dinamismo em comparação às outras faixas.

A faixa-título Chasing Euphoria traz volta ao ritmo do Melodic Death Metal moderno, com os vocais expressivos de Krista entrelaçados à muralha sonora da banda. Creating a King eleva a intensidade, com Cory demonstrando sua habilidade implacável na bateria, ideal para os fãs de um bom headbang. Strong Enough to Fall é mais um hino do Death Metal Melódico, com riffs raivosos de Victor que nos envolvem em um abraço de puro Heavy Metal. Paradise or Parasite começa com uma introdução futurista que rapidamente se transforma em um ataque direto de Melodic Death Metal, com a performance hipnotizante de Krista e a base robusta de Chris e Cory. O álbum se encerra com Freedom of the Night, uma peça introspectiva e climática que oferece sete minutos de riffs e batidas intensas, coroando a obra com maestria.

O Lutharo está preparado para grandes conquistas com Chasing Euphoria, tanto no estúdio quanto na estrada, com uma extensa turnê pelos Estados Unidos e Canadá. Porém, mesmo com a boa experiência que o disco nos dá faixa a faixa, a banda acaba por tropeça em um ponto que talvez seja crucial para muitos. A tentativa de se criar algo novo ou revolucionário, cai de cara em diversas fórmulas que são batidas a rodo por aí, e que com certeza vai te dar mais um sabor de “já ouvir isso antes”, do que algo de fato novo. Essa presunção de ser uma banda “banda nova”, acaba fazendo com que o freio na empolgação seja bastante pisado, tornando um pouco, enfadonho, a entrega do material.

Ainda que com esse ar, o disco apresenta boa qualidade nas faixas como citado no decorrer do texto, e ao o encarar de forma simplesmente “auditiva”, a sua experiência será no mínimo, legal!

NOTA: 7

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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