Marilyn Manson se apresenta para 200 mil pessoas no México sob protestos e cabeça de vaca
Marilyn Manson se apresentou no último domingo (10), em San Luis Potosí no México, onde foi atração da feira nacional gratuita, a FENAPO, e reuniu nada menos do que 205 mil pessoas.
Quando anunciado meses atrás, uma onda de protestos de grupos católicos e outros contra violência doméstica, protestaram contra o show de Manson, mas segundo o governador Ricardo Gallardo Cardona, afirmou que contratou o cantor como uma “defesa da liberdade de expressão” e com a intenção de ajudar o estado central mexicano a superar o “atraso cultural” que manteve o estado fora dos principais shows por décadas — em grande parte devido, em sua opinião, às “mentalidades conservadoras” que demonizaram o hard rock por anos:
“Sempre haverá vozes opostas, e Marilyn Manson as enfrentou não apenas no México, mas também em outras partes do mundo. Mas se ele já se apresentou em Roma, o berço do catolicismo, por que não poderia se apresentar em San Luis Potosí? Não se trata de religião; trata-se de justiça cultural, de criar unidade, e devemos fazer isso por meio da música.”
Uma cabeça de vaca foi colocada em frente à Catedral Metropolitana de San Luis Potosí horas antes do show, em resposta aos protestos de um grupo de católicos que exigiam o cancelamento. Enquanto isso, uma associação conservadora coletou cerca de 6.000 assinaturas em apoio à suspensão do evento.
Manson enfrentou vários processos alegando abuso sexual e violência doméstica , alegações que ele negou repetidamente, argumentando que seus relacionamentos íntimos “sempre foram inteiramente consensuais com parceiros que pensam como ele”. O show em San Luis Potosí foi a segunda parada da turnê One Assassination Under God, que começou em 7 de agosto em Dakota do Sul e trará Manson de volta à Cidade do México em dezembro para ser a atração principal do festival Knotfest.
O governador ainda completa:
“Acho que precisamos ser um pouco mais plurais hoje; não se trata apenas de música regional mexicana. No ano passado, conversamos com os empresários do Metallica e do Scorpions. Foi difícil finalizar por causa das turnês deles, mas conseguimos iniciar um diálogo com os empresários do Marilyn Manson e fizemos acontecer.”
Em 1989, o Black Sabbath , que na época tinha Tony Martin como vocalista, enfrentou oposição para estrear no estado. O show da banda foi bloqueado, sob o argumento de que “promovia satanismo e antivalores”, levando ao fechamento do Estádio Plan de San Luis pelas autoridades municipais e deixando milhares de fãs do lado de fora.