Marty Friedman comenta por que deixou o Megadeth

Marty Friedman, ex-guitarrista do Megadeth, afirmou que decidiu se afastar da banda quando sentiu que não tinha mais nada a oferecer, e que, por sua vez, o grupo já não tinha nada a oferecer a ele.

“Quando saí do Megadeth, eu sabia que era hora de deixar a banda. Eu não tinha mais nada a oferecer à banda, eles não tinham mais nada a me oferecer, e era um bom momento para isso acontecer.”

Ele disse que, ao terminar sua trajetória com o Megadeth, precisava buscar algo diferente — e essa insatisfação com a direção artística da banda foi determinante.


A mudança para o Japão e a reinvenção artística

Após deixar a banda no ano 2000, Friedman mudou-se para o Japão em 2003. Ele explicou que vivia no Arizona e, embora o local oferecesse tranquilidade, sentia que sua criatividade estava estagnada.

“”Naquela época, quando me mudei para cá, eu já tinha vindo ao Japão inúmeras vezes, mas sempre como artista internacional. E quando você faz isso, tudo é resolvido. E quando voltei sozinho, claro que nada disso existia. Além disso, eu não queria estar na cena musical internacional; eu queria estar na cena musical japonesa. É um mundo diferente, pessoas diferentes, conexões diferentes. Eu não conhecia ninguém, então comecei do zero e realmente não tinha nada. Mesmo tendo lançado álbuns de platina com o Megadeth por 10 anos, os fãs de música japonesa, em sua maioria, nem sequer conhecem os maiores grupos americanos. Então eu queria entrar nesse mundo, e foi realmente uma pessoa de cada vez, uma conexão de cada vez. E então comecei a trabalhar com uma cantora chamada Aikawa Nanase, de quem eu era muito fã. Eu ouvia a música dela no desert, ouvindo-a em turnê pela América, pela Europa e por todos os lugares. Eu não conseguia acreditar que agora estava na banda dela. Foi ali que consegui entrar pela primeira vez no cenário musical japonês e tive muita sorte.”

No Japão, ele mergulhou no universo da música local, começando do zero, sem as facilidades que tinha como artista internacional. Ele relatou que trabalhar com uma cantora japonesa, de quem já era fã, o ajudou a entrar na cena nacional.

Para Friedman, essa mudança representou uma reinvenção: ele trocou o thrash metal pesado de outrora por estilos musicais mais pessoais e variados, alinhados ao que ele realmente escutava fora dos palcos.


Reflexões sobre o fim de um ciclo

O guitarrista assumiu que a decisão de deixar o Megadeth não foi motivada por questões pessoais — mas por diferenças criativas. Ele relatou que naquela época:

“Eu simplesmente não conseguia mais continuar.”

Marty admitiu que a banda estava começando a soa


Redescobrindo identidade longe do legado

Apesar de muitos ainda o associarem com o Megadeth, Friedman revelou que isso o incomoda: ele deseja ser reconhecido por sua carreira solo e pela música que faz hoje — separada de seu passado.

Ele considera que esse rótulo de “ex-Megadeth” não cabe mais, já que sua trajetória desde então seguiu um caminho distinto e próprio.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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