“Missa Profana” das freiras do Dogma impressiona fãs e curiosos no Bangers Open Air
Texto: Tiago Silva
Fotos: Marcio Machado
As freiras sul-americanas da banda Dogma fizeram a terceira apresentação em São Paulo, no Warm-Up da primeira edição do Bangers Open Air 2025 num período de menos de um ano. Isso porque, em julho de 2024, elas foram atração do Odin’s Krieg Fest e também fizeram um show com o The Heathen Scythe na Casa Áurea.
Nesse meio tempo, dois singles foram lançados pela banda, sendo um deles um cover da Madonna, “Like a Prayer” e a sonoridade de Tango de “Banned”. E ambos apareceram no setlist de 13 faixas cujo bruto envolveu o primeiro álbum da banda, de mesmo nome. Da mesma forma, grupos de fãs, principalmente de meninas, se formaram e marcaram presença no warm-up do Bangers, vestidas como as integrantes da banda ou não.
Às 16h10, as integrantes da Dogma, fantasiadas como freiras maquiadas e identificadas pelos apelidos de Abeahel (bateria), Nixe (baixo), Lamia (guitarra), Rusalka (guitarra) e Lilith (vocal) entraram no palco após uma longa introdução que, em vídeo, mostrava imagens de pessoas pregando, supostas curas espirituais e outras situações que criticavam as vertentes do Cristianismo, além de imagens de conteúdos de entretenimento aleatório, como se criticassem o lado ruim das redes sociais ou algo pautado na Modernidade Liquida. No palco, a decoração chocava com dois banners de imagem: uma orgia observada por uma pessoa encapuzada e uma adoração a uma mulher.
“Forbidden Zone” abriu o show e, apesar do bom vocal de Lilith, o problema do pedal duplo da bateria extremamente alto (um problema que infelizmente rodeia o festival desde a primeira edição e aconteceria em outros shows de 2025) – que também ocorreu nas apresentação anteriores no Brasil – veio logo de cara e se estendeu durante o show, dificultando às vezes de ouvir os demais instrumentos. Ainda assim, a performance da banda conseguiu se sobrepor, com elas agindo de uma forma “Profana” que nenhuma freira comum faria. Ao final, Lilith ainda saudou o público: “Welcome to the Sacrilege. Tamo Junto”.
“My First Peak” e “Made Her Mine” deram sequência ao show, ainda com um bumbo alto, mas em performance que vidrou o público presente nas pistas. Dois exemplos, um de cada música, foram quando as instrumentistas de cordas tocaram próximas, no centro do palco, em poses variadas; e quando uma das guitarristas abraçou Lilith por trás, de uma forma bem impactante.
Em “Banned”, a sonoridade de Tango não pareceu agradar o público ou impactá-lo de imediato. Porém, o cover de “Like a Prayer”, da Madonna, atingiu em cheio os fãs da música dos anos 80, vivendo a época ou não. Lamia e Rusalka, inclusive, fizeram um ótimo solo de guitarra para a música em questão.
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O show seguiu com “Bare to the Bones”, com ótimas execuções vocais de Lilith e boa sonoridade da banda em geral, mesmo com algumas correções das guitarras, feitas pelo roadie da banda enquanto elas tocavam. Já em “Make Us Proud”, Lamia começou fingindo estar crucificada antes de começar um incrível solo.
A reta final da apresentação do Dogma se deu com “Pleasure From Pain”, numa série de destaques que envolveu Lamia tocando apenas usando dois dedos no braço da guitarra, um pedal duplo potente, Nixe em movimentos semelhantes aos de Robert Trujillo (Metallica) e Lilith usando, na reta final da música, uma coroa com diversas pontas.
Veio então a poderosa faixa “Father I Have Sinned”, com letra profana e coreografia envolvente a ponto de fazer alguns funcionários do evento pararem para gravar.
O encerramento do show da Dogma se deu com “The Dark Messiah”, também destacada pelas coreografias ao centro do palco, como aproximação das instrumentistas de cordas na cantora Lilith e sonoridade pesada. A faixa em questão teve fim após um alto trovão, que marcou a saída das integrantes sem uma despedida cordial, num reforço ao mistério que as envolve – apesar de parte delas ver alguns dos shows do evento, mais tarde -. O mais importante é considerar que, novamente, a banda impressionou, mesmo com pequenos problemas de som, a todos que estavam no momento do show, seja pelo visual, seja pela sonoridade.
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