Motörhead: “Bomber” completa 44 anos de lançamento

Há 44 anos, em 27 de outubro de 1979, o Motörhead lançava “Bomber“, o seu terceiro álbum de estúdio, se não considerarmos o álbum “On Parole“, o primeiro a ser gravado, mas só lançado após o aniversariante do dia. E hoje vamos prestar nossa reverência à esse disco necessário na coleção de todo headbanger que se preze.

A banda havia lançado o antecessor, o igualmente clássico “Overkill“, sete meses antes. E o sucesso alcançado foi gigantesco. Então eles se juntaram novamente ao produtor Jimmy Miller e o trio retornou ao “Roundhouse Studios“, desta vez gravando também o “Olympic Studios“, ambos em Londres, por onde ficaram entre os dias 7 de julho e 31 de agosto daquele ano de 1979. E de lá saíram com esta pérola, que fora lançada por duas gravadoras: “Bronze” e “Mercury“.

O único fator que não deixou Lemmy Killmster completamente satisfeito foi o fato de a banda não ter tido a oportunidade de ter tocado ao vivo as canções que estariam presentes aqui antes que eles pudessem gravá-las. E no livro “Overkill: The Untold Story of Motörhead“, ele dissertou sobre. Aspas para ele :

“Eu gostaria que tivéssemos tocado as músicas no palco primeiro, como fizemos com o álbum Overkill , se pudéssemos tocá-las por três semanas na estrada, teria sido menos elegante… Ouça a maneira como tocamos.” eles ao vivo e compare isso com o álbum.”

Entretanto, a experiência com o produtor Jimmy Miller não foi tão agradável assim, tudo em virtude do seu vício em heroína, hábito adquirido durante o período que trabalhou produzindo os álbuns do The Rolling Stones, entre os anos de 1968 e 1973. Durante as sessões de gravação do álbum “Goats Head Soup“, ele acabou sendo dispensado. Seis anos depois, com o Motörhead, as coisas não haviam mudado muito. Por vezes, ele se atrasava e certa vez foi encontrado dormindo, debruçado ao volante do seu carro. Na sua autobiografia, “White Line Fever“, Lemmy falou sobre:

“Overkill deveria ser uma espécie de álbum de retorno para Jimmy Miller, que foi exatamente o que acabou sendo para ele. Ele se envolveu muito com heroína (o que provavelmente começou quando ele estava trabalhando com os Stones) e perdeu isso por alguns anos… mas meses depois, quando estávamos trabalhando com ele em Bomber , ficou tristemente claro que ele estava de volta ao vício.”

PhilAnimalTaylor certa vez relembrou com muito bom humor a falta de pontualidade do produtor:

“Costumávamos pensar que éramos ruins na questão de chegar atrasados, mas ele chegava meio dia atrasado , ou até mais atrasado, você sabe, e suas desculpas eram maravilhosas.”

A banda deu uma pequena pausa nas gravações para tocar no Reading Festival, onde também se apresentaram bandas como o The Police e o The Tourists. Ao retornarem ao estúdio, Lemmy decidiu que “FastEddie Clarke cantasse em uma das músicas. A escolhida foi “Step Down“. E Lemmy certa vez explicou o porquê de ter deixado o guitarrista cantar:

“[Clarke] estava reclamando que eu estava recebendo todos os holofotes, mas ele não faria nada a respeito. Fiquei cansado dele reclamando, então disse: ‘Certo, você vai cantar uma porra neste álbum’ … ele odiava, mas realmente, ele era um bom cantor, Eddie.”

A capa é assinada pelo artista Adrian Chesterman, que atendeu a ideia de Lemmy em ilustrar um bombardeiro alemão da Segunda Guerra. A alegação era de que “os bandidos sempre fazem as coisas mais legais”. Fotos dos integrantes rosnando, como se estivessem controlando o bombardeiro, também foram utilizadas e o resultado foi tão bom que a banda encomendou uma maquete do bombardeiro, que foi utilizada para a turnê.

Musicalmente falando, “Bomber” traz dez canções em 36 minutos de puro Rock N’ Roll. Músicas como “Lawman“, onde Lemmy ataca a polícia, “Poison‘, que o lider do Motörhead fala sobre a separação de seus pais, “Talking Head“, que ataca a televisão, “All the Aces“, direcionada para o show business, “Dead Man Tell no Tales“, canção anti-heroína, “Stone Dead Forever“, que anos depois ganhou uma brilhante versão do Metallica, além da faixa-titulo, são os grandes destaques deste play.

Bomber” foi bem recebido tanto pela crítica quanto pelo público e ajudou a consolidar o Motörhead como uma banda popular tanto pelos headbangers quanto pelos punks. A revista Rock Hard classificou o aniversariante do dia no 397° lugar em sua lista dos 500 Melhores Álbuns de Rock e Metal de Todos os Tempos. O álbum alcançou a 12ª posição nas paradas britânicas e foi certificado com Disco de Prata no Reino Unido.

Depois disso, a banda seguiu fazendo seu barulho e apesar das críticas de que eles sempre repetiam a fórmula, Lemmy era um cara visionário. Sabia que não deveria mexer em um time que estava ganhando. E assim ele seguiu fazendo sua história com o Motörhead, uma das bandas mais sensacionais que a cena já testemunhou. E hoje é dia de celebrar esse discaço. Infelizmente, os três membros já não está mais entre nós, o que deixa mais forte a frase que este redator que vos escreve sempre faz uso: eu ouço gente morta! Viva o Motörhead!

Bomber – Motörhead

Data de lançamento – 27/10/1979

Gravadoras – Mercury/ Bronze

Faixas:

01 – Dead Man Tell no Tales

02 – Lawman

03 – Sweet Revenge

04 – Sharpshooter

05 – Poison

06 – Stone Dead Forever

07 – All the Aces

08 – Step Down

09 – Talking Head

10 – Bomber

Formação:

Lemmy Killmster – baixo/ vocal

“Fast” Eddie Clarke – guitarra/ vocal em “Step Down”

Phil “Animal” Taylor – bateria

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

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