Napalm Death: 34 anos do lançamento de “Harmony Corruption”

O primeiro dia de julho é emblemático para o Napalm Death, pois foi nesta data, em diferentes anos que a banda lançou dois de seus discos mais importantes, separados por três anos de diferença. Um deles é “Scum“, de 1987. O outro play é “Harmony Corruption“, o terceiro álbum na discografia e que hoje completa 34 anos e é sobre esta obra prima que iremos trocar uma ideia nesta segunda-feira.

Neste disco, temos mudanças significativas na formação, que passaria a ser um quinteto, com três estreantes: o vocalista Mark “Barney” Greenway e os guitarristas Mitch Harris e o saudoso Jesse Pintado. Os dois primeiros junto com o baixista Shane Embury permanecem na banda até hoje. Bill Steer saiu para se dedicar somente ao Carcass, que ele fundou.

Após dois álbuns com músicas em excesso (28 em “Scum” e 22 em “Harmony Corruption”), a banda resolveu mudar suavemente seu som e diminuiu consideravelmente a quantidade de músicas para o aniversariante do dia: eram “apenas” dez e a duração aumentou para 35 minutos. Mas essas mudanças não agradaram ao ex-baterista Mick Harris, que acabou saindo logo depois. Ele não gostou da sonoridade mais Death Metal e queria que Scott Burns atuasse na engenharia de som e não na produção.

Os britânicos atravessaram o Atlântico rumo a Tampa, Flórida, onde adentraram no estúdio de propriedade de Scott Burns, o icônico Morrisound, para a gravação do vindouro disco. O álbum conta com as participações de Glenn Benton (Deicide) e John Tardy (Obituary), que cantaram na faixa “Unfit Earth”. Mick Harris afirmou ainda que o guitarrista Andreas Kisser emprestou um pedal de distorção para ajudar a dupla de guitarristas na gravação de suas partes.

Lançado primeiramente em LP, o álbum consiste nas dez faixas, conforme dissemos no início deste texto, mas a versão em CD apresenta uma faixa bônus: “Hiding Behind”. As primeiras versões em CD vinham com o EP “Mentally Murdered”, lançado em 1989, como bônus. Existe ainda uma prensagem limitada em vinil, que contém um disco bônus trazendo uma apresentação ao vivo da banda em Londres, no ano de 1990.

O álbum em si é muito consistente, e o Grindcore muitas vezes dá espaço para o Death Metal mais cru e com partes mais arrastadas aqui e acolá. Ainda que tenha desgraçado ao baterista Danny Herrera, que disse inclusive que quer um dia produzir um álbum da banda, mas que está entre um dos favoritos dos fãs. A música “Suffer the Children” é certamente o maior destaque e até hoje ela é tocada nos shows da banda. O álbum alcançou a posição de número 67 nas paradas britânicas.

Hoje é dia de celebrar esse belo álbum e celebrar também a existência de uma banda comprometida com as causas sociais como o Napalm Death. Quem os viu em 2023 durante o Summer Breeze se sentiu deliciado quando Mark “Barney” Greenway soltou um “fuck Bolsonaro”, pois isso é pouco para um genocida responsável direto por 700 mil mortes por COVID-19. Por mais bandas como o Napalm Death, os antifascistas mais lindos da música extrema. Esse álbum soa como um soco na cara dos que acham que dá pra ser fanáticos por políticos conservadores da extrema-direita e ao mesmo tempo fã de Rock. Os britânicos, tais como outras bandas como Pink Floyd, Black Sabbath, Pearl Jam, Rage Against the Machine e mais alguns outros, mostram que Rock e fascismo jamais andarão juntos. Hoje é dia de pôr esse play no volume máximo e xingar aquele seu vizinho bolsonarista, que está, em vão, torcendo para que o ridículo PL 1904, que prevê a punição de uma mulher que fizer aborto legal, jamais seja aprovado. Nosso país não merece mais esse retrocesso. E o Napalm Death está antenado as causas sociais em todo o mundo.

Harmony Corruption – Napalm Death
Data de lançamento – 01/07/1990
Gravadora – Earache

Faixas:
01 – Vision Conquest
02 – If the Truth be Know
03 – Inner Incineration
04 – Malicious Intent
05 – Unfit Earth
06 – Circle of Hypocrisy
07 – The Chains That Blind us
08 – Mind Snare
09 – Extremity Retained
10 – Suffer the Children

Formação:
Mark “Barney” Greenway – vocal
Jesse Pintado – guitarra
Mich Harris – guitarra
Shane Embury – baixo
Mitch Harris – bateria

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