Os 4.4 de um dos projetos mais ambiciosos do Kiss: os discos solos
Em final de 1970, a “kissmania” já dominava o mundo. Em 1977, o Kiss tinha embolsado nada menos do que dez milhões de dólares com a turnê de “Love Gun“.
Mas por dentro dos bastidores da banda, as coisas não caminhavam muito bem. Havia ali uma separação acontecendo. De um lado, Gene Simmons e Paul Stanley, e do outro, Ace Frehley e Peter Criss. Eis que desse processo, nasce a ideia de um projeto ambicioso que poucos grupos tiveram ao longo de suas carreiras. A proposta era dividir para conquistar.
O Kiss se destrincharia, com cada um de seus membro lançando um disco solo e aos seus próprios moldes e dando assim, a liberdade para que individualmente, eles criassem algo com o seu reflexo e identidade.
Ao mesmo tempo que os fãs receberam essa notícia, se sentiram animados, pois ao invés de um disco do Kiss, seriam quatro álbuns para desfrutar, e em contrapartida, um suspense se criava do que poderia estar por trás disso.
Antes de finalmente os trabalhos nascerem, a ideia era promover um filme para alavancar a ideia e assim nasceu, “Kiss Meets the Phatom of the Park“. O filme resultou em uma catástrofe em todos os sentidos, pois foi o pico de menor audiência do canal que o transmitiu, e o que não é difícil de se pensar o porque! Totalmente desconexo, o roteiro beira o ridículo e nonsense (até para os padrões da banda), e onde os integrantes não fazem a mínima ideia de onde estão e o que estão fazendo. Ace Frehley disse certa vez, ter gravado todas as suas cenas bêbado, o que é compreensível, pois ninguém que não esteja dopado, conseguiria participar de algo medonho assim.
Passado a má experiência, era hora de voltar para a música e finalmente receber os quatro novos trabalhos. Recheados de participações especiais, que iam de Joe Perry a cantora Cher(a época, namorada de Simmons), os discos apresentaram cada um, um formato único e com a cara de seu respectivo “dono”, para o bem ou para o mal.
O disco de Paul Stanley, é um dos mais bem recebidos, e o que mais se aproxima do Kiss, com o próprio Starchild assumindo o controle de quase tudo ali. Tanto a produção como a mixagem ficaram a cargo do frontman, e assim ele criou algo de fácil assimilação e com boas letras e melodias discorridas.
Paul Stanley – vocal, guitarra base, violão, E-Bow, guitarra solo em 7
Bob Kulick – guitarra solo, violão
Steve Buslowe – baixo em 1, 2, 3, 4 e 5
Richie Fontana – bateria em 1, 2, 3 e 4
Eric Nelson – baixo em 6, 7, 8 e 9
Craig Krampf – bateria em 6, 7, 8 e 9
Músicos adicionais:
Carmine Appice – bateria em 5
Steve Lacey – guitarra adicional em 8
Doug (Gling) Katsaros – piano, cordas e backing vocals em 7
Peppy Castro – backing vocals em 3 e 7
Miriam Naomi Valle – backing vocals em 2
Maria Vidal – backing vocals em 2
Diana Grasselli – backing vocals em 2
Já o disco de Gene Simmons, pode se dizer que foi o mais decepcionante. Não por ser algo de fato ruim, mas que soa bastante desconcertado, e como figura principal da banda, se esperava que fosse o de maior impacto e qualidade, o que não foi o caso. O Demon tentou reunir aqui Johnn Lennon e Paul McCartney e o feito quase aconteceu, até que ambos soubessem do convite do outro e desistissem da empreitada. Gene aqui deixa o baixo de lado e propõe a cantar e tocar guitarra e violão.
Gene Simmons – vocal, guitarra, violão
Elliot Randall – guitarra, violão
Neil Jason – baixo
Allen Schwartzberg – bateria
Músicos adicionais:
Eric Troyer – piano e backing vocals em 1 e 6
Steve Lacey – guitarra em 1
Richard Gerstein – piano em 5 e 7
Joe Perry – guitarra em 1 e 4
Rick Nielsen – guitarra em 10
Jeff ‘Skunk’ Baxter – guitarra em 2, 3, 4 e 9
Ritchie Ranno – guitarra adicional em 4
Helen Reddy – backing vocals em 5
Donna Summer – backing vocals em 2
Bob Seger – backing vocals em 1 e 6
Cher – parte falada ao telefone em 6
Mitch Weissman & Joe Pecorino (Beatlemania) – backing vocals em 3, 7 e 9
Michael Des Barres – backing vocals em 10
Sean Delaney – backing vocals
Gordon Grody – backing vocals
Diva Gray – backing vocals
Kate Sagal – backing vocals
Franny Eisenberg – backing vocals
Carolyn Ray – backing vocals
Ace Frehley, o Spaceman, foi a grande surpresa da aventura toda. Tendo seus vocais sido pouco explordos no Kiss, aqui, quando o guitarrista vai para o microfone, o resultado agradou bastante aos fãs, assim como seu estilo de composição, sendo praticamente eleito pela maioria como o melhor dos quatro discos. Certa vez, Ace comentou sobre o disco: “Paul e Gene são parcialmente responsáveis por eu ter feito um disco tão bárbaro, porque imediatamente após nos separarmos para fazer o disco, eles realmente deixaram implícito pra mim que eu não daria conta do recado. E quando as pessoas dizem que não posso fazer alguma coisa, eu dou duro para provar que eles estão errados.“
Ace Frehley – vocal, guitarra solo e base, baixo, violão, guitarra sintetizada
Anton Fig – bateria, percussão
Músicos adicionais:
Will Lee – baixo em 4, 7 e 8
Carl Tallarico – bateria em 9
Bill ‘Bear’ Scheniman – sino em 9
Larry Kelly – backing vocals em 1
David Lasley and Susan Collins & co. – backing vocals em 2, 5 e 6
Já na última posição, o disco de Peter Criss foi a bomba da empreitada. O baterista deixou toda a sua percepção do rock de lado e trouxe misturar e sentidos sem razão alguma. Falta direção no todo, falta coerência, falta inspiração, nada se encaixa. Paul Stanley comentou certa vez sobre o disco de Peter: “Acho que o disco do Peter resume bastante qual era o problema com a banda, no final de contas. Não consigo achar nada no álbum. Não posso dar nenhuma estrela a ele.” E Gene Simmons comenta: “Zero (ao avaliar o disco). De todos os discos que fizemos sozinhos ou em grupo, acho que este mostrou que o cara que estava por trás dele não tinha a mínima noção do que fazer. Não só em termos de composições, mas também a respeito da direção e de quem ele é.”
Peter Criss – vocal, bateria, percussão
Stan Penridge – guitarra, backing vocals
Art Munson – guitarra
Bill Bodine – baixo
Músicos adicionais:
Allen Schwartzberg – bateria em 6, 7 e 10
Neil Jason – baixo em 6, 7 e 10
Elliot Randall – guitarra em 6 e 10
John Tropea – guitarra em 6, 7 e 10
Brendan Harkin – guitarra em 6
Steve Lukather – guitarra solo em 5 e 9
Bill Cuomo – teclados
Richard Gerstein – teclados em 6, 7 e 10
Michael Carnahan – saxofone em 3, sax em 9
Davey Faragher – backing vocals
Tommy Faragher – backing vocals
Danny Faragher – backing vocals
Jimmy Faragher – backing vocals
Maxine Dixon – backing vocals
Maxine Willard – backing vocals
Julia Tillman – backing vocals
Vini Poncia – backing vocals
Annie Sutton – backing vocals
Gordon Grody – backing vocals
Após 44 anos da empreitada ambiciosa, o Kiss mostrou ao se arriscar neste formato o porque de ser a banda tão aclamada ou publicitária na história do rock. Fosse em conjunto ou cada um em seu canto, o grupo conseguia atrair para si a atenção e tornar um verdadeiro evento o que os rondava, muito além de um simples lançamento.