P.O.D promove bailão metal no Rio de Janeiro

Texto: Carlos Monteiro

No embalo da elogiada apresentação no Knotfest no domingo, e com uma passagem por Curitiba, o P.O.D. apresentou na quarta feira (23/10) aos cariocas uma apoteose metal com tudo a que se tem direito, celebrando sua volta à cidade depois de sete anos. Comandado pelo carismático Sonny Sandoval nos vocais, o grupo esbanjou bom humor, energia e competência na sua mistura empolgante de reggae, punk, rap e metal.

No que já virou rotina, a casa de shows Sacadura 154, no bairro da Saúde, próximo ao Centro, vem se destacando por uma programação de rock variada e consistente, em pleno reduto do samba. Ponto positivo para quem optou por ver os californianos em vez da dobradinha Napalm Death e Ratos de Porão, na mesma noite, no prestigiado Circo Voador, só um pouco distante dali.  Embora não estivesse cheia, a casa foi abarrotada de empolgação pelo público, que pulou e cantou sem parar, trazendo reações de felicidade da banda, que agradeceu várias vezes o retorno dos bangers.

Por ser um side show do Knotfest, o Rio teve o privilégio de ver uma apresentação mais longa que a do festival, com início pouco depois das 22h e quase duas horas de duração. Sem o aparato cênico, restou o destaque para a potência sonora e performance da banda, que já garantem um ótimo show.

A base é o álbum “Veritas”, lançado em maio último, e de onde foram tiradas a música de abertura “Drop” e a sucessora na setlist “I got that”. O público já estava ganho, mas foi começar “Set it off” e a plateia explodiu de vez com esse hit do clássico “Satellite” (lançado na fatídica data de 11 de setembro de 2001, dos atentados terrorista aos Estados Unidos). E foram todos logo presenteados, sem poder respirar, por “Boom” e seu refrão que bota qualquer um pra gritar junto. E nada de descansar, pois em seguida vem “Rock The Party (Off The Hook)”.
Aliás, fôlego é algo invejável no frontman Sonny Sandoval, que “cisca”, pula, berra e capricha nos trejeitos enquanto executa as canções. A função de porta-voz da banda é dividida (e até liderada) com o bem-humorado guitarrista Marcos Curiel, carinhosamente apelidado de “Marquito”, responsável também por riffs memoráveis que logo dão o tom inicial de várias das canções.

O baixista Traa Daniels é um monstro do baixo de cinco cordas, cuja performance, em se tratando de nu metal, não podia ser diferente. A dobradinha com o baterista substituto Zachary Christopher e sua mão pesada dão o estofo sonoro necessário para o impacto do P.O.D. ao vivo.
Outro destaque ao vivo é “Satellite”, garantia de coro da plateia, mas também outras surpresas empolgam, como a pesadíssima “Murdered Love”.
E o que dizer do impacto de “Southtown”? Sem dúvida o momento mais especial e barulhento da noite. A trinca final com a “mais calma” “Afraid to Die” (no original cantada em parceria com a vocalista do Jinjer, Tatiana Shmailyuk), o super hit “Youth of the Nation” e a emotiva “Alive”, são o arrasa quarteirão que faltava para fechar a noite.

Foi a sexta visita da banda ao Brasil, a última em 2017. E, se depender do que Sonny anunciou, devem voltar em breve, pois o vocalista fez o público prometer que, quando voltarem, todos estarão de volta para vê-los.
Pela empolgação dos presentes, não será difícil honrarem a promessa.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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