Por que Jean Dolabella deixou o Sepultura? Andreas Kisser explica

Nesta semana, o mundo do heavy metal foi pego de surpresa quando o Sepultura anunciou que Eloy Casagrande estava deixando a banda, na semana em que a sua turnê de despedida começa. Mas anos atrás, a banda passou pelo processo de separação com o seu segundo baterista, Jean Dolabella.

No podcast Rockast, Andreas Kisser comentou sobre o momento e a decisão de Jean. Ele diz:

É, acho que é o processo, né? O problema do Jean foi o lance de turnê. Tá longe do Brasil, da família e tudo. Não tinha nada a ver com banda, com música. Era mais essa coisa operacional mesmo de ser músico. E o Sepultura pegou um processo de muito show e muito mal organizado, sabe? Aquela coisa de aceitar tudo, e no final, você começa a fazer umas coisas loucas, de pegar avião, chegar no Brasil, trocar de mala, dar um beijo na mulher e pegar outro avião, sabe? Esse tipo de coisa. Pô, nós chegamos a ficar 4 meses longe, mano, foi brutal. O Jean tem toda a razão, foi realmente brutal, mas era o que a gente era naquele momento, né? Mais uma vez, é um processo de aprendizado, de ver o que funciona, que não funciona, e passar por tudo isso.”

Andreas também falou da importância de toda a discografia do Sepultura.

“Mas cara, foi, foi um processo bem importante. O A-lex também foi sensacional, mano, porque a gente ainda tava com aquela ideia da trilha sonora, aquela coisa do Dante Alighieri, o Laranja Mecânica. Foi interessantíssimo, foi muito bom, mano, o que realmente fez a gente continuar como banda, né? A gente fez uma turnê interessante, fizemos. Enfim, acho que todo disco tem uma importância fundamental pra gente tá aqui hoje, sabe? Nenhum disco é descartável na história do Sepultura, pelo menos na minha opinião. Todos eles têm um passo muito importante adiante, nunca para trás, mano. E claro, isso sempre foi o que motivou a gente. Sempre teve coisas que aconteceram, que obviamente não são tão perceptíveis a quem tá de fora, mas que sempre fizeram parte do processo de evolução. Por isso que a gente tá aqui hoje.”

Jean gravou três discos com o Sepultura, e deixou a banda em 2011. Na sequência, ele integrou o Ego Kill Talent, e atualmente, é baterista da cantora Pitty. Eloy Casangrande ingressou na banda como seu substituto.

O Sepultura começa nessa sexta a sua turnê de despedida, com o primeiro show em Belo Horizonte.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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