Resenha: Ace Frehley – “10.000 Volts”

Não é que depois de vários álbuns tenebrosos, parece que Ace Frehley se reencontrou. Antes de destrinchar “10.000 Volts“, peço que a sejam mente aberta e parem de pegar pesado com um dos maiores guitarristas da história do Rock.

A importância de Ace Frehley vai muito além das suas habilidades musicais, é só ver a imensa lista de músicos que idolatram o americano. Dimebag Darrell, Lenny Kravitz, Dave Grohl, Mike McCready, Tom Morello, Slash e a lista continua…Respeito, por favor!

O maior mérito nesse novo trabalho vai para o produtor Steve Brown, que também foi um compositores, tocou guitarra em todas as músicas e cantou, mas acho que por ser um workaholic, ele tirou o melhor de um artista notoriamente preguiçoso como o Ace.

Outra menção necessária vai para Bruno Ravel que mixou e masterizou de forma absurda, mantendo a dinâmica e dando uma cara moderna a canções com uma pegada old school.

Um parágrafo para falar dos solos de Ace: as pessoas podem cobrar uma maior versatilidade e menos clichês, sim, é seu direito, mas sem passar o pano, a gente tem que lembrar que estamos diante de um idoso de 72 anos com problemas com álcool e drogas por toda sua vida, então não dá para cobrar nesse momento de sua vida que ele se torne um Eddie Van Halen, ok?

Dito isso, não acho que ele comprometeu a parte de guitarras, mas temos muitos clichês eternizados por Ace, sim.

A faixa-titulo, primeiro single lançado, dá início ao play e mostra que foi uma escolha acertada. Com o riff envolvente a música tem uma pegada absurda e um refrão altamente pegajoso, mas realmente o que empolga é a produção e as guitarras.
Walking On The Moon” e “Cosmic Heart” vem na sequência e enquanto a primeira traz aquele tema espacial comum e esperado da carreira de Ace, bem, a segunda também (rs), porém com um clima mais soturno e é a primeira surpresa do disco. Excelente começo.

Chegamos a minha parte preferida de “10.000 Volts“. A dobradinha “Back In To My Arms Again” e “Fightin’ For Life” são as melhores músicas do Space Man em décadas!

A primeira é uma volta aos anos 80, mas isso é facilmente explicável. Essa música foi registrada como demo em 1985 numa parceria de Ace com o seu primeiro tecladista Arthur Stead e ficou engavetada por todos esses anos. Por algum motivo ela vazou na internet e se tornou uma das favoritas dos fãs e sempre perguntavam porque ele não havia gravado essa pérola e que bom que ele “ouviu a torcida”.

Se a primeira traz essa áurea oitentista, “Fightin’ For Life” traz o momento pouco explorado por Ace. A música é uma traulitada sonora beirando o Heavy Metal. Quem não se empolgar com ela, nem vivo está…

A parte final do disco também mantém o nível lá em cima. A fofa “Constantly Cute“, a estranha “Blinded” abrem o caminho para outra canção que se difere das outras. “Life Of A Stranger” é totalmente bluesy com a melhor interpretação vocal de Frehley do álbum, fato surpreendente.

Eu espero que esse pare de fazer discos de covers e continue apostando no material autoral, obviamente ao lado de Steve e Bruno. Para mim, é seu melhor trabalho desde “Second Sighting” de 1988. Ah, como é bom falar “ACE IS BACK AND I TOLD YOU SO”.

Nota: 9,0

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