Resenha: Arjen Lucassen’s Supersonic Revolution – “Golden Age Of Music” (2023)

TEXTO POR: Andre Luiz Paiz
É muito interessante acompanhar o trabalho do guitarrista, compositor e produtor holandês Arjen Lucassen. O principal motivo é o de jamais sabermos o que sairá do seu enorme caldeirão criativo. Dono de diversos projetos, sendo o mais bem-sucedido o de metal progressivo Ayreon, há muito mais para ser degustado em seu catálogo. Me vem à cabeça agora o Star One, Guilty Machine e o The Gentle Storm. E agora temos uma banda nova, chamada Supersonic Revolution.
Esse novo projeto surgiu de um pedido de uma revista alemã a Arjen, para que este produzisse uma faixa cover. Na correria para atender a solicitação, reuniu alguns músicos conhecidos e mais próximos, resultando na cover de “Heard It On The X“, do ZZ Top. Como deu muito certo o entrosamento, Arjen se empolgou e definiu que o projeto temporário iria se transformar em uma nova banda com o intuito de apenas divertir-se, trazendo de volta a sonoridade das bandas clássicas de hard rock dos anos 70. A formação deu-se com o fiel escudeiro de Arjen, Joost van den Broek (teclados); o impressionante guitarrista do Delain, Timo Somers; o baterista Koen Herfst e o excelente vocalista John Jaycee Cuijpers, do Prayin Mantis e figurinha carimbada nos últimos trabalhos do Ayreon, Star One, etc.
A proposta era trazer um hard hock com pegada glam dos anos 70, como mencionado. Mas, como perfeccionista que é, estava claro que Arjen daria um passo além a nível técnico, então o disco deixou de ser apenas uma homenagem a bandas como Rainbow, Scorpions e o próprio ZZ Top, e se transformou em algo como um Star One com letras engraçadas e típicas da já mencionada década de ouro da música. São onze faixas matadoras com momentos mais divertidos como “The Glamattack”, “Came to Mock, Stayed to Rock” e “Golden Age of Music”, e outros mais densos como a pesada “Odyssey”.The Rise Of The Starman” e “They Took Us By Storm” também impressionam, principalmente pelo magnífico encaixe de Cuijpers. O cara de fato canta demais. Resumindo, o track list é interessante e conduz bem o ouvinte até o final. Vale mencionar também o brilho de Marcela Bovio nos vocais de apoio.
Além das onze faixas, a cover do ZZ Top figura como bônus, além de ótimas versões para “Children of the Revolution” (T. Rex), “Fantasy” (Earth, Wind & Fire) e “Love Is All” (Roger Glover). Todas muito acima da média.
É difícil Arjen Lucassen decepcionar. “Golden Age Of Music” pode ter prometido A e entregue A+B, mas, o que temos aqui é bom demais. Riffs matadores, muito, mas muito Hammond, ótimas linhas de baixo (do próprio Arjen que, como esqueci de mencionar, aqui é o baixista), e um vocalista fenomenal garantem a diversão.
É só botar para tocar e curtir.
NOTA: 9

 

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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