Resenha: Blue Öyster Cult – “Ghost Stories” (2024)

O Blue Öyster Cult traz seu mais novo disco, intitulado “Ghost Stories“lançado pela Frontiers Music e distribuído no Brasil pela Shinigami Records, e que traz uma coleção única de faixas anteriormente descartadas das sessões de estúdio entre “Mirrors” e “Revolution By Night“. Essas músicas, embora não tenham sido originalmente lançadas, oferecem um olhar fascinante sobre a evolução sonora da banda durante um período crucial de sua história.

So Supernatural” se destaca como o principal single, embora se sinta como uma versão reciclada e menos inspirada dos sucessos anteriores da banda. No entanto, seu refrão cativante ainda mantém certo apelo. “Shot In the Dark“, com sua introdução bluesy falada, segue uma trajetória mais familiar de hard rock dos anos 70, enquanto “The Only Thing” se destaca com um solo de guitarra impressionante, embora pareça um rascunho inicial de uma faixa anterior.

Em termos líricos, “Ghost Stories” adere ao padrão esperado do hard rock dos anos 70, oferecendo uma experiência que, embora sólida, às vezes pode ser esquecível. Destaca-se negativamente “Cherry” por suas letras questionáveis, que distraem de uma potencialmente cativante jam.

Ainda há “If I Fell“, gravado em 2016, que se destaca como um ponto deslocado no álbum. Muitas notas desafiam o alcance vocal de Eric Bloom, tornando a audição um tanto desconfortável durante o refrão.

Por outro lado, “Ghost Stories” também apresenta seus pontos altos. “Late Night Street Fight“, a faixa de abertura, estabelece um ritmo envolvente, enquanto o cover do MC5,Kick Out the Jams“, captura a coragem e a audácia inconfundíveis da banda, reminiscente de seus álbuns clássicos.

Uma crítica notável vai para a mixagem do álbum, que às vezes falha em capturar a energia crua associada aos álbuns anteriores da banda. Guitarras que poderiam ser mais poderosas acabam perdendo força na produção, diminuindo o impacto geral das faixas.

Ghost Stories” serve como uma coleção respeitável de faixas resgatadas de mais de 40 anos atrás, oferecendo aos fãs uma visão retrospectiva interessante. No entanto, para aqueles que estão apenas começando a explorar o Blue Öyster Cult, é aconselhável começar pelos lançamentos dos anos 70 e início dos anos 80, onde as verdadeiras joias da banda são encontradas.

NOTA: 7

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *