Resenha: Extreme – “Six” (2023)

O Extreme é um dos maiores e mais famosos nomes do hardrock, e com certeza, muito associado a balada “More Than Words“, que certamente você já ouviu em alguma noite fria embaixo das cobertas, e só não assume.

Extreme | Spotify

Em sua trajetória, a banda passou por muitas atribulações, chegando até mesmo a decretar o seu fim, mas para o alívio de seus fãs, essa situação mudou ao longo do tempo. Porém, ainda assim, foi necessário 15 anos para que um novo registro pudesse nascer.

Mas todo esse tempo de espera valeu a pena, pois “Six” é um trabalho poderoso, pesado e cheio de energia, que acerta em cheio tanto aos seguidores, ou mesmo aqueles que não!

A abertura com a enérgica “Rise” já mostra que Nuno Bettencourt não estava brincando quando falou em colocar sua guitarra para trabalhar! O groove dos versos é incrível e a música é dona de uma grande refrão! Gary Cherone está em pleno domínio de sua voz, e o que Bettencourt faz aqui não é brincadeira, o cara tá com um trampo de gente grande, monstruoso! A cozinha de “#Rebel” com Pat Badger no baixo e o baterista Kevin Figueiredo é pulsante e uma música contagiante, não a toa, um dos singles escolhidos para apresentar o disco. E mais uma vez Nuno é simplesmente destruidor no solo! “Banshee” é diferenciada de suas anteriores e remete a algo do Stone Temple Pilots, tamanha a versatilidade das coisas por aqui e não seria estranho pensar na faixa figurando um disco dos “grungeiros”.  “Other Side of the Rainbow” é um dos grande destaques do álbum. A faixa tem uma energia vibrante e traz uma história de amor próprio, além de um vídeo que resgata a vibe oitentista. O verso com certeza será cantado a plenos pulmões nos shows. Cherone escancara influências de Freddie Mercury nos versos e faz um trabalho lindo! Correndo o risco de soar repetitivo, mas não há como deixar de destacar o trabalho de Bettencourt mais uma vez. Ele brilha nas batidas do violão de 12 cordas e cria um dos seus solos mais bonitos!

Dando sequência nas baladas, “Small Town Beautiful” é uma das músicas mais bonitas desse ano. Nuno assume os vocais em partes aqui, e o tempo lembra muito a sua versão lançada de “Creep”, cover do Radiohead. E que refrão, senhoras e senhores! A pegada vai numa onda que lembra o country melódico e eis mais um grande trabalho! “The Mask” traz o peso de volta e o groove é monstruoso! “Thicker Than Blood” é algo que flerta com o industrial do Nine Inch Nails. “Save Me” traz guitarras de afinação baixa e um Cherone mais agressivo e impondo sua voz e até chegar em um refrão harmonioso e carregado de grandes melodias. “Hurricane” é bonitinhas, mas a mais apagada dentro do registro. “X Out” traz temas futurísticos no andamento e melodias vocais muito boas, com a parada climática no pré refrão dando charme a música! “Beautiful Girls” encarna uma vibe praiera e soa completamente distante de todo o disco, mas nessa altura você já está tão envolto no registro que só se deixa levar pelo clima “gostosinho” da música! “Here’s To The Losers” fecha o trabalho com uma boa semi balada e o faz de forma correta, não indo além da tarefa de encerrar o disco.

Com isso, o Extreme faz jus a demora e entrega um grande disco que não se prende a rótulos ou formatos. No lugar disso, há amadurecimento e um grande momento do rock em celebração, seja você fã ou não desses caras! Se arrisque!

NOTA: 8

 

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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