Resenha: Deftones – “private music” (2025)
O Deftones se tornou um dos maiores nomes do nu-metal, e há quem diga que eles são os percursores do movimento, criando uma certa “discussão” com os fãs do Korn de quem teria iniciado o estilo.
Independente disso, o Deftones segue na labuta e acaba de lançar seu décimo disco de estúdio, intitulado, “private music“, assim mesmo no minúsculo, sabe-se lá o porque dessa escolha, mas focando em seu conteúdo principal, a música, a banda entrega um dos seus registros mais centrados, coesos e dinâmicos, que já fizeram em toda a sua trajetória.
A abertura fica por conta de “my mind is a moutain“, música cadenciada, riffs hipnóticos, groovada e um trabalho de Chino Moreno nos vocais muito bem executados e um refrão grandiosos e melancólico como todo fã ama. “locked club” vem na sequência e é o Deftones tradicional, com versos mais “fraseados” e um refrão em tons mais serenos, com a bateria de Abe Cunningham ditando as regras do jogo aqui, marcando a faixa e seus rumos. As melodias vocais finais são simplesmente incríveis. O groove inicial de “ecdysis” acompanha os samples inspirados no Nine Inch Nails, e a guitarra entra com uma bela levada que dita melodias viajantes e a música é pura fluidez, fechando a trinca inicial.
“infinite source” é mais uma que remete ao “old-school”, com belas linhas vocais e mais um refrão marcante e riffs tão tradicionais do nu-metal. “souvenir” é a mais repetitiva sem muitos atrativos, ainda que uma boa faixa, não se destaca muito diante das demais. “milk of the madonna” é acelerada, dinâmica e escolha certa para ser um dos singles do álbum e a levada de Abe na bateria, tira todo o tédio que a faixa poderia ter. “cut hands” facilmente é outro grande destaque do disco, talvez a mais pesada do registro e o momento certeiro para tirar o moletom da adidas do guarda roupa e “ciscar” ao seu som.
Ainda que possa soar um pouco diferente dos primórdios do Deftones e isso talvez faça alguns fãs entortarem a cara em algum ponto, o disco consegue agradar tanto aos fãs de “Changes” até “Urantia” e consegue ficar entre o suspiro do diferente e a nostalgia, sem soar em momento algum perdido ou sem sentido. Tudo é perfeitamente executado, composto e a bela produção de Nick Raskulinecz.
NOTA: 8