Resenha: Electric Gypsy – “Mothership” (2023)

Texto por: Tarcísio Chagas
Pensei que minha lista de Melhores do Ano já estava fechada e eis que aos 43 do segundo tempo, os mineiros do Electric Gypsy resolveram lançar seu segundo álbum “Mothership”, que na verdade é uma junção do EP “Stars” lançado no início do ano e de mais quatro músicas gravadas após ganharem o concurso “New Blood” organizado pelo Festival Summer Breeze em 2023 que dava direito a produção desse material.
Produzido por Thiago Bianchi, o álbum traz um Electric Gypsy mais maduro e mais pesado, como na primeira faixa “Bad Blood”. Com uma afinação de guitarra mais baixa, a música é empolgante e mostra o caminho que pode ser seguido daqui para frente, se assim eles desejarem, é claro, mas de fato é uma canção que se adequa muito com o Hard Rock atual, o que não pode ser dito das próximas músicas e não menos brilhantes.
More Than Meets The Eye” tem um groove irresistível e um refrão digno de qualquer banda do estilo oriunda dos anos 80. Brilhante e muito por causa da impecável cozinha formada por Pete no baixo e o baterista RobertThe Cowbell KingZimmerman que passeia com muita criatividade e segurança dando o espaço para Nolas (guitarra) e o vocalista Guzz Collins comandarem a festa.
Muitos destaques por aqui como “Dancing On Your Grave” com seu tempo quebrado na primeira parte do refrão, a bluesy “Ride On”, mas uma música é um caso à parte. “Burnin’ Heart” mostra tudo de melhor do Hard Rock oitentista que a banda bebeu na fonte…sabe aquela música que você não tem nada para tirar ou por? Então, temos uma das melhores canções de 2023 e se fosse lançada em 1987 (perdoem o clichê) estaria nas rádios de todo mundo, mas como estamos em um dos piores momentos da música mainstream, provavelmente teremos um trap cheio de palavrões fazendo esse papel.
“Mothership” é um grande álbum e com uma produção surpreendente. As produções do Thiago Bianchi nunca me apeteceram, só que dessa vez o cara acertou na mosca aparando as arestas e excessos, ao mesmo tempo que a mixagem tem um sabor analógico, o que realça ainda mais esse trabalho. 2024 promete para os mineiros, meus amigos.
Nota: 9,0

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