Resenha: Genocídio – “Fort Conviction” (2024)
Após sete anos de espera, o Genocídio está de volta com mais um play. Em quase quarenta anos de batalha na cena, os veteranos nos brindam com “Fort Conviction“, o décimo álbum dessa banda paulistana que sempre se destacou no nosso underground.
Capitaneado por Wandwrley Perna, único membro fundador, o Genocídio começou a trabalhar em “Fort Conviction” há quatro anos, no meio da pandemia de COVID-19. E três anos depois, em março de 2023, as gravações começaram. À exceção da bateria, todo o restante foi grabado em home Studio, com produção de Maeco Nunes, tendo o guitarrista/ vocalista Murillo Leite como assistente de produção.
A bolacha foi lançada no último dia 5 em formato físico via Urubuz Records e nas plataformas digitais via Wikimetal Music e traz algumas novidades como vinhetas que precedem muitas das músicas presentes aqui. Elas foram escrotas por André Zanferrari e em muitos momentos podem até confundir o ouvinte que espera riffs de guitarras ao lado de blast-beats logo nas introduções. A banda escolheu duas canções para fazer cover e elas vão surpreender a todos, pois são de bandas que nada têm a ver com o Genocidio, como iremos falar mais abaixo:
A versão digital possui onze faixas em 52 minutos. Os grandes destaques são a faixa título, que é demolidora, dotada de muito peso e energia, “Devil’s Mother Cry” tem uma pegada bem NWOBHM. “Lord Dementia” traz o clima old-school. A instrumental “Voided“, também é um outro excelente momento do álbum, uma faixa bem Heavy Metal, uma das melhores do álbum. “The Sole Kingdom of my Own” é atmosférica e chega a lembrar algumas passagens do Black Metal norueguês, e os dois covers, que podemos classificar como “improváveis”: “Never Tears us Apart“, do INXS e “Pictures of You“, do The Cure. A primeira versão ficou bem legal, e soou como se o INXS tivesse trocado de vocalista e resolvesse tocar com afinação baixa. Essa música é fantástica e o Genocídio não teria como deixá-la ruim. Já a segunda ficou também legal, talvez não agrade a parcela mais radical dos fãs (problema é deles).
A demora de sete anos entre “Under Heaven None” e “Fort Conviction” valeu, e muito a pena, pois o Genocídio conseguiu fazer um dos melhores álbuns de toda a sua história. Mostra a força dos caras, que trouxeram um disco pesado e ao mesmo tempo rico de vários elementos e influências de outros estilos. Certamente estará nas listas dos melhores de 2024 de final de ano que todos fazem. Uma ótima dica para quem curte Death Metal e tem a mente aberta.
NOTA: 8.0