Resenha: Graveyard – “6” (2023)
O retrô é moda, e isso já não é mais novidade alguma, e falo isso em diversos “ambientes” do mundo a fora. Claro que dentro da música não é diferente, e especificamente dentro do rock/metal, há uma incessante busca de resgatar sons das décadas de 70, 80 e 90.
O Graveyeard é uma dessas bandas, que se aproxima do som setentista, e busca pescar alguns elementos do hardrock dos 80, mas daquela leva mais branda, o que já pode te deixar preparado para não ouvir nada mirabolante ou densamente pesado. Para seu sexto disco de estúdio, batizado simplesmente como “6”, em seu nome sugestivo, lançado pela Nuclear Blast Records e trazido ao Brasil pela Shinigami Records, a banda dá um mergulho em águas mais nebulosas, se distanciando do som do disco de estreia autointitulado lá em 2008, mas ainda mantendo suas características.
Na abertura, com “Godnatt”, a veia “bluezzistíca” é saltante, e traz uma música soturna, com os graves do vocalista Jonatan Larocca-Ramm ditando o tom baixo e com uma nota só, guia o tom da música. “Twice” segue a mesma linha, com guitarra hipnótica e a bateria de Oskar Bergenheim trabalhando em unissono com o baixo de Truls Mörck, vai guiando o começo da faixa, que aos poucos vai crescendo e mostra o amadurecimento da banda ao longo desses anos. “I Follow You” é arrastada no começo, com bons lances de backing vocals e um bom solo. “Breath In, Breathe Out“, é um tema mais dark, mais para curtir a densidade do ambiente que a música traz. “Sad Song” é exatamente a transposição do seu nome, com uma letra forte que fala de amores e arrependimentos, com cada integrante brilhando por si, e trazendo uma das melhores faixas do disco. “Just a Drop” faz o peso voltar, com riffs ágeis, mas logo as coisas ficam novamente mais soturnas com a climática “Bright Lights” que bebe da fonte The Doors. O encerramento fica com as psicodélicas e rock retrô de “No Way Out” e “Rampant Fields“.
Vale ainda ressaltar a arte do disco. Buscando inspiração em fotos antigos, o encarte é uma viagem de ser acompanhado a cada música tocada no play.
Ainda que muitas bandas venham surgindo ao longo do anos, tentando captar os fortes momento do rock 70, o Graveyard sai na frente ao saber como realizar a sua obra, sem soar cafona ou uma mera cópia de algo daquela década, e nesse momento, com “6”, as coisas não são diferentes.
NOTA: 8