Resenha: Hammerfall – “Avenge the Fallen” (2024)
Após trinta anos de carreira e uma turnê mundial de dois anos ao lado dos ícones do Power Metal Helloween, o HammerFall se apresenta em plena forma, irradiando confiança e energia. “Tudo continua como sempre foi”, afirma com orgulho Oscar Dronjak, fundador e guitarrista da banda. “Quando iniciei o HammerFall, foi porque não havia ninguém fazendo o estilo de música que eu amava. Se ninguém estava fazendo, cabia a mim fazê-lo, e essa paixão persiste até hoje.”
O álbum “Avenge The Fallen”, lançado pela Nuclear Blast e distribuído pela Shinigami Records, é o décimo terceiro da banda, e é uma celebração da potente fusão de heavy e power metal que consolidou o HammerFall como um dos grandes nomes do gênero nas últimas três décadas. A faixa-título, que abre o álbum, estabelece o tom com um ritmo médio, demonstrando a habilidade da banda em construir momentos grandiosos sem recorrer a exageros. Com o aumento da velocidade em “The End Justifies“, a banda mantém um controle impressionante, utilizando o som clássico do HammerFall para dar peso ao power metal melódico, superando muitas bandas que optam por uma abordagem mais brilhante. A música apresenta um solo de guitarra eletrizante e uma interlúdio pianística que adiciona uma dinâmica envolvente, enquanto Joacim Can entrega uma performance vocal vibrante e cativante.
À medida que a banda evolui, sua forma de compor também se transforma. Com a formação atual unida há dez anos e vários membros que ajudaram a moldar a identidade do grupo desde o início, há uma forte sensação de camaradagem presente em “Avenge The Fallen”. “Estamos em uma posição privilegiada onde podemos compor enquanto estamos em turnê”, explica Dronjak. “Isso seria impensável há uma década. O álbum se beneficiou dessa energia, com novas ideias surgindo diretamente do palco para o ônibus de turnê, onde montamos um pequeno estúdio.” O primeiro single, “Hail To The King“, é uma das faixas que emergiram desse processo, oferecendo uma sonoridade majestosa e atmosférica que constrói uma aura poderosa.
Faixas como “Hero To All“, “Burn It All Down” e “Rise Of Evil” mantêm a intensidade ao longo do álbum. Joacim Can enfatiza que, embora algumas músicas sejam escolhidas como singles, a banda se preocupa em preservar a qualidade do álbum como um todo. “Queremos ser uma banda que cria novas músicas não apenas para sair em turnê, mas para continuar a nos desafiar”, afirma. “Em tempos de atenção reduzida, ainda pensamos em álbuns completos. Não basta ter algumas boas faixas; um álbum forte é formado por ótimas músicas em cada canção, e isso é o que entregamos com ‘Avenge The Fallen’.”
Enquanto algumas composições recentes foram desenvolvidas durante as turnês, “Hope Springs Eternal” tem raízes que remontam a duas décadas. Os membros da banda continuam a inspirar-se mutuamente, pegando ideias antigas e transformando-as em novas criações. Essa faixa revela um lado mais sensível do HammerFall, apresentando uma balada poderosa, onde Joacim navega com maestria pela mudança de ritmo e emoção, enquanto Oscar Dronjak e Pontus Norgren extraem cada nuance sem cair na banalidade. Em contrapartida, “Capture The Dream” acelera com um ritmo reminiscentemente ao estilo Iron Maiden, intensificando a sensação de unidade e fraternidade entre os músicos.
A faixa final, “Time Immemorial“, é a mais longa do álbum e oferece uma experiência exuberante, com dinâmicas e tempos variados que resumem a essência do álbum. Alternando entre versos animados e refrões grandiosos, a canção termina “Avenge The Fallen” com a retumbante bateria de David Wallin, que, junto com o baixista Fredrik Larsson, proporciona uma base sólida e envolvente do início ao fim. O encerramento é marcado por uma dignidade imponente, refletindo uma banda que se sente completamente em casa em suas habilidades.
“Avenge The Fallen” é mais uma adição robusta à discografia do HammerFall, e a banda expressa satisfação com o resultado. Joacim destaca: “Trabalhei incansavelmente com Oscar ao longo do ano para criar as músicas que se tornariam ‘Avenge The Fallen’. Graças à nossa intensa atividade em turnê, isso ajudou a manter minha voz em ótima forma, resultando em uma das minhas melhores performances em um álbum.”
Com uma diversidade de faixas cuidadosamente organizadas, “Avenge The Fallen” é um álbum que utiliza cada um de seus momentos com precisão. Com pouco mais de quarenta e cinco minutos de duração, a produção é tensa e bem elaborada. Alguns podem argumentar que não há inovações radicais, mas a experimentação desnecessária nem sempre leva a resultados positivos. Oscar Dronjak não hesita em afirmar que o HammerFall permanece fiel a si mesmo: “A música que escrevo é a que amo e acredito. O heavy metal não pode ser falsificado, e isso é um fato!” Com uma produção poderosa e uma banda que sabe explorar seus pontos fortes, “Avenge The Fallen” certamente encontrará um público fiel e engajado.
NOTA: 6