Resenha: Incantation – “Unholy Deification” (2023)

Três anos depois de seu último álbum, “Sect of Vile Divinities“, com uma turnê de celebração aos 30 anos de existência, que inclusive passou pelo Brasil, eis que o Incantation está de volta com seu álbum de número 13, “Unholy Deification“.

Para o novo álbum, a formação está praticamente intacta, exceto por uma sutil alteração na função de segundo guitarrista: saiu Sonny Lombardozzi e entrou Luke Shively. A bolacha foi lançada no dia 25 de agosto e infelizmente só saiu na gringa, pela Relapse Records. Infelizmente não há nenhum selo nacional que tenha parceria e lance os álbuns desta gravadora por aqui. Então o fã que quiser adquirir a bolacha, terá que importar. Ou se satisfazer com as versões digitais, presentes nas plataformas de streaming.

O conceito do álbum foi criado pelo baixista Chuck Sherwood e passa pelo conceito de passagem do mortal para a divindade. Sherwood é um leitor voraz, além de ocultista, então, a parte lírica não é tão somente rebeldia sem causa e sim a sua interpretação através do renascentismo italiano. Para a capa, eles trouxeram Eliran Kantor, com quem a banda já trabalha há algum tempo e responsável por capas de bandas como Kreator e dos irmãos Cavaleras.

Quem teve a oportunidade de ver o Incantation por aqui no mês de maio, pôde comprovar o quão raivosos eles são ao vivo e em “Unholy Deification” eles estão do mesmo jeito. O ouvinte pode esperar um Death Metal poderoso, brutal, agressivo, como o Incantation sempre se mostrou nestes quase 35 anos de atividades initerruptas. O álbum conta ainda com convidados de peso, como Jeff Beccera (Possessed), Henry Veggian (ex-Revenant) e também Dan Vadin Von (Morbid Angel), que ajudaram a abrilhantar ainda mais o play.

Unholy Deification” tem dez músicas divididas nos 41 minutos de extensão, todas com mudanças bruscas no andamento e os grandes destaques são “Chalice (Vessel Consanguineous) VII“, que é bem rápida e brutal, “Altar (Unify in Carnage) V“, que é muito arrastada, fazendo o Incantation soar como Doom Metal, e “Exile (Defy the False) II” traz riffs infernais e uma bateria com blastbeats furiosos.

Produção caprichada, mostrando que não é porque a música é extrema que a gravação precisa ser tosca e abafada. Pelo contrário, é bom quando se consegue identificar com clareza os instrumentos e o que está sendo tocado. O Incantation mostra que o tempo de estrada ajuda e eles seguem sem decepcionar. Obviamente que não é um disco para qualquer ouvido sensível. Vai agradar em cheio aos fãs de Death Metal bem tocado, sem perder a sua aura. John McEntee quis deixar o álbum bem raivoso e conseguiu. Com relativa facilidade até.

NOTA: 8.0

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

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