Resenha: Induction – “Born From Fire” (2022)

O Induction vem da Alemanha, e ainda não está entre os mais citados grupos locais. Muito disso se deve pelo fato de que o disco de estreia da banda foi lançado algum tempo antes da pandemia, o que os prejudicou em uma divulgação maior do trabalho, principalmente sua programa turnê.

Mas o grupo não perdeu tempo, e durante o tempo dos bloqueios, escreveu o disco sequência, e disso conseguiram assinar um contrato com a Atomic Fire Records, para lançarem “Born From Fire“. O álbum foi trazido ao Brasil pela Shinigami Records, e tem ótimas chances de agradar em cheio os fãs do metal melódico e que ainda não se deparam com o Induction em sua caminhada.

A faixa de abertura, que traz o título do disco, abre com todos os elementos que os fãs deste gênero tanto amam. E muito me remeteu ao riff principal da música tema dos Power Rangers. A música é uma homenagem a Alexi Laiho, falecido líder e vocalista do Children of Bodom. A sequência com “Scorched” leva isso mais a frente, com guitarras cheia e teclados dando ênfase aos andamentos quebrados. “Fallen Angel” parece algo variado de um disco do Avantasia e assim soa até o seu final, sendo uma boa faixa. “Go To Hell” se inspira no hard rock dos anos 80, como o Mötley Crüe e Kiss, mas dentro dos padrões da banda. “Embers” é uma boa composição, mas é inegável como ela traz o ar de ser algo repetido e que pode figurar em pelo menos uma dezena de discos do Stratovarius. “Order & Chaos” começa densa, com riffs pesada e segue como uma orquestra apocalíptica de andamento caótico, sendo um dos grandes momentos do registro. “The Beauty of Monstrance” surpreende em sua brutal abertura, com direito a blast beats, seguindo groovada. Eis que o que vem pela frente acaba se tornando um pequeno problema. As demais faixas se enveredam por caminhos “separados”, digamos assim. Alguns momentos soam como o power metal, outros como o heavy metal tradicional e ainda outros, entre algo como um hard mais endurecido e um metal sinfônico. Há uma certa sensação de confusão neste ponto ao ouvinte, em saber se ainda se trata do mesmo disco lá do começo e em qual parte ele se perdeu dessa forma.

Como dito, aos fãs do metal melódico, o disco vai acertar em diversos quesitos. Há boa musicalidade ali empregada, a banda é competente sem dúvidas. Mas o direcionamento parece ter faltado ao ouvir o todo do registro, com uma impressão de que o grupo não sabia muito bem aonde atacaria. Isso acaba se tornando um problema no norteamento do álbum, mas ainda assim, há validade na audição experiência do que encontramos aqui. No próximo, esperamos que o grupo se ache melhor e consiga amadurecer essas ideias.

NOTA: 6

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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