Resenha: Kamelot – “The Awakening” (2023)

O Kamelot é um dos grandes nomes do heavy metal melódico e power metal. Porém, nos últimos lançamentos, a banda tem passado por um processo que os deixou mecanizados, com músicas que não agregam ou encantam os ouvintes como em outros momentos.

Com a voz de Tommy Karevik sendo pouco aproveitada nesse tempo, finalmente o grupo agora parece ter encontrado seus eixos e conseguiram em “The Awakening“, seu mais novo disco, lançado em março passado pela Napalm Records e lançado no Brasil pela Shinigami Records, é um acerto, que parece ter recebido uma revisada em seu próprio currículo para criar a nova ideia.

Após a abertura de “Overture”, a banda traz a rápida e forte “The Great Divide“, carregada de coros e com riffs característicos, a música abre com força e mostra que realmente as coisas parecem ter se encontrado e que o trabalho renderá bons momentos. “Eventide” é a sequência e poderia muito bem servir de abertura do trabalho. O refrão é um dos melhores que o disco nos brinca, em tons altos e climático, é bastante marcante! A estreia do baterista Alex Landenburg não decepciona e o cara cria um trabalho incrível. “One More Flag in the Ground“, um dos singles é uma grande faixa, associada com um vídeo muito bem produzido, que flerta com o tema das inteligências artificiais. Mas quem realmente brilha por aqui é Oliver Palotai e seus teclados. O cara cria climas incríveis na faixa e linhas que enriquecem ainda mais o todo. A música podia muito bem figurar facilmente em outros momentos do Kamelot, como o disco “Black Halo”. A trinca de abertura é realmente incrível, mesmo aos nãos muito chegados a banda. “Opus of the Night” é power metal aflorido por todos os seus poros, e com garndes toques do progressivo, e trazendo a participação da violinista Tina Guo, que já trabalhou em grandes produções como, Homem Ferro 2, Piratas do Caribe, a série Vikings, entre outros. Daí para a frente, os fãs irão achar todos os elementos que o Kamelot construiu em sua longa carreira, e momentos como a épica “New Babylon“, com a participação de Melissa Bonny do Ad Infinitum são grandes destaques do registro, em seu refrão gigantesco de tantas camadas, além de arrebatador.

O disco pode não entrar na memória das pessoas como o melhor da discografia do Kamelot, mas certamente irá agradar aos que buscam pela fórmula tradicional da banda. A produção do grande Sascha Paeth enriquece cada momento e eis aqui um registro que não inova, mas é exatamente aí que se encontra o acerto.

NOTA: 8

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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