Resenha: Kreator – “Hate Über Alles” (2022)
O Kreator é uma das peças mais queridinhas do thrash metal nas últimas gerações do estilo. Porém, os alemães nunca se conformaram em estarem em cabresto de rótulo, fazendo “peripécias” ao longo da carreira, misturando e se modificando, com bastante experimentações, principalmente nos anos 90.
Já na virada para os 2000, a banda passou a produzir trabalhos mais lineares, e agora em 2022, eles voltam com o furioso “Hate Uber Alles”, lançado pela Nuclear Blast e distribuído pela Shinigami Records e que abre portas para mais momentos grandiosos que a banda virá a colher ao longo do tempo.
Dito isso, não há como descrever o ruído impactante após a intro acústica com “Sergio Corbucci is Dead” e ares de épico western, e a visceral faixa título na sequência com um refrão esmagador. O solo da faixa é pura insanidade sonora. “Killer of Jesus” é o dedo na ferida com sua letra e um andamento veloz e estrondoso, seguindo mais cadenciada na segunda metade. “Crush the Tyrants” segue mais cadenciada e marcada, com mais um grande refrão. Há uma avalanche de riffs em “Strongest of the Strong”, que tem uma linha mais melódica e muito bem executada, feita para dar um respiro na empreitada, mesmo sendo uma grande faixa. “Become Immortal” resgata um heavy metal tradicional, meio paralelo ao Kreator. A segunda metade abre com melodia bonita em “Conquer and Destroy”, mas que logo vira um pandemônio sonoro e versos principais marcantes, e guitarras rasgando a faixa e o ouvinte. “Midnight Sun” traz a participação da cantora pop Sofia Portanet e a adição da moça ali faz uma grande diferença em umas das melhores faixas do disco. Linhas de guitarras perfeitas e grande solo. Indo ao final, “Demonic Future” é brutal e sem rodeios, expondo metal por cada puro e uma das melhores do disco. “Prides Come Before the Fall” é mais concisa e bem amarrada, fechando com a dramática “Dying Planet”.
Misturando política e o mundo atual, o disco se torna um dos maiores momentos do metal nesse ano.
Mesmo para os não fãs do Kreator, o álbum atinge em cheio o ouvinte dando pouco menos de 50 minutos de ótima qualidade sonora. Que venha o próximo!
NOTA: 9⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐