Resenha: Lamb of God – “Resolution” (relançamento Nuclear Blast)

Após a dilacerante paulada de “Wrath” (confira resenha aqui), o Lamb of God mais uma vez se arriscou em “Resolution”, o sétimo disco da banda, lançado originalmente em 2012, e que ganhou um relançamento pela Nuclear Blast e retomando a parceria com a Shinigami Records, mais uma vez.

De cara, o disco chama atenção pela sua longa duração, e para uma banda de já uma então longa estrada, fica a dúvida se isso seria mesmo necessário.

Dado isso, chegamos a introdução da “Straight For the Sun“, um epílogo curto e arrastado, que termina com um show a parte do baterista Chris Adler, mostrando ser um dos melhores bateristas de sua época, e dando passagem para “Desolation”. A música começa com um pique “Redneck”, com riffs groovados e agressividade! Ágil e furiosa, Chris dita o ritmo e consegue apostar em linhas técnicas e densas na maior parte do tempo. Randy Blythe soa mais maduro e com sua voz no ponto. “Ghost Walking” traz em sua introdução um violão blues, e logo uma quebradeira monstra surge, trazendo uma pegada arrojada em uma faixa com traços do hardcore moderno, e cujo refrão fará você querer socar o gesso. “Guilty” é aquele bordoada que o LoG sempre ama fazer, direta e barulhenta, sem freio ligado e que está pronta para atropelar qualquer um a sua frente. O mesmo vale para a desencadeada “The Number Six“, com ótimas linhas da cozinha de Chris e John Campbell. “Invictus” é lamacenta e traz um Randy ensandecido em seus versos, berrando com todo vigor. “Insurrection” traz os primeiros traços do que seria o Lamb of God em um futuro próximo, com Blythe arriscando vocais limpos muito bem empenhados e mostrando uma certa mudança de direção que a banda apostaria mais em lançamentos posteriores, e isso não a faz uma música desconexa ou ruim de forma alguma. O disco encerra com a experimental “King Me” e seus quase sete minutos.

“Resolution” mostra um Lamb of God emergente e se redescobrindo, em um disco urgente e que talvez tenha passado do ponto ao se alongar mais do que o necessário e tornando a audição um pouco “perigosa”, mas ainda assim, a sempre eximia qualidade da banda está ali e a qualquer um que pegue o disco mesmo hoje, após mais de dez anos de seu lançamento original, irá com certeza se deleitar em grandes faixas, seja um fã das antigas ou um novato neste universo do cordeiro”

NOTA: 8

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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