Resenha: Lamb of God – “Wrath” (relançamento Nuclear Blast)

O Lamb of God se tornou uma das maiores potências do metal americano nos anos 2000 e construiu uma carreira de respeito.

Após algumas experimentações em “Sacrament”, a banda voltou com sangue nos olhos e furiosa em “Wrath”, lançado em 2009 e dono de um nome que não poderia mais transparecer o que encontraremos ali pelos pouco mais de 40 minutos que virão ao se dar o play.

Recentemente, a Nuclear Blast relançou o registro, que foi distribuído pela Shinigami Records, no Brasil e traz um dos álbuns mais furiosos lançados na primeira década de 2000.

Tudo começa com um brando violão em “The Passing“, que é só um interlúdio, colocando em prática a máxima do “calmaria antes da tempestade”. Logo os riffs marcados de “In Your Words” chegam e a bateria furiosa de Chris Adler estrondosa e visceral, juntos aos vocais de Randy Blythe ditam a faixa cadenciada e que se transforma completamente em seu final. Blythe mostrava aqui variações de seu vocal, buscando tons mais rasgados. A sequência se dá com a brutal e visceral “Set to Fail“, sendo uma das pancadas mais violentas que o Lamb of God já fez em sua carreira. Dona de um refrão quebrado, a música é um groove animalesco e como diz Blythe sempre ao apresentar a faixa, “is blood on the floor“. Quando as coisas parecem se abrandar, o rolo compressor de “Contractor” surge, com o baixo de John Campbell explodindo em meio aos riffs de Mark Morton e Willie Adler. A pausa em sua metade com um breakdown é só o tempo de tomar um fôlego para o encerramento insano!! Após a trinca mortal, a paulada não para com o muro de concreto de “Fake Messiah“, pegada como uma rocha e um dos arranjos mais densos que a banda já fez. Chris Adler é um verdadeiro maestro por aqui. “Grace” não fica atrás, e mais uma vez é preciso ressaltar o trabalho impecável da bateria que é feito por aqui. “Choke Sermon” traz ótimos riffs e o relançamento ainda traz as faixas bônus da versão original, “We Die Alone” e “Shoulder of Your God“, que mostra de onde Mike Portnoy bebia para criar suas últimas faixas a época com o Dream Theater.

“Wrath” certamente vai para sempre aparecer entre os cinco discos mais bem arranjados pelo Lamb of God, seja pela música ali executada, como a sua produção impecável, que mesmo cristalina, não tira o peso em nenhum momento e é uma contemplação visceral do que é essa poderosa força motora em forma de banda.

NOTA: 9

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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