Resenha: Lucifer – “V” (2024)
Desde 2015, o Lucifer vem sendo uma das prinicpais apostas ao falarmos do rock ocultista, e obviamente bebendo de fontes dos anos 70.
Com a voz de Johanna Platow Andersson, que parece mesmo ter vindo dessa década, a banda consegue incorporar traços do Blue Öyster Cult, Coven, Sabbath, e uma pitada de Kiss ali e outra do Heart acolá.
O novo disco, intitulado obviamente de “V“, (quinto da carreira), lançado pela Nuclear Blast e distribuído no Brasil pela Shinigami Records, traz tudo isso de volta, e abandona o estilo mais psicodélico que a banda arriscou aspirar no segundo registro lá atrás.
Aqui, a pegada riffeira do rock setentão já abre chutando as portas em “Fallen Angel” (lembra a pitada Heart citada?), que é uma boa entrada e ganha principal na voz de Johanna que brilha em um refrão empolgado. A sequência, o tempo fecha. Riffs arrastado, sons sinistros ao fundo, andamento compassado e sim, é exatamente neles que você pensa! Sabbath! Mas logo as coisas mudam de forma e o andamento se torna mais melódico indo rumo ao Lynyrd Skynyrd, e o refrão descamba em algo que poderia figurar em um disco do Ghost, devido sua melodia radiofônica. Tá aí uma forte candidata a melhor disco. “Ridding Reaper” é algo divertido, bem feitinho, mas acaba ficando um pouco insonsa surgindo após as duas fortes candidatas anteriores e não vai muito além disso. “Slow Dance in a Crypt” é toda charmosa em seus tons sombrios e uma balada envolta em melancolia que ditam o tom pesado e arrastado que a música tem, além de um solo bastante emotivo e denso. “A Coffin Has No Silver Lining” evidencia um porém. A grande obsessão da banda pelos anos 70, e toda as suas já citadas referências, começam a incomodar um pouco nesse ponto, mostrando mais do mesmo e soando mais como uma caça as tais referências do que ouvir uma composição! O mesmo acontece com “Strange Sister“. “The Dead Don’t Speak” é um caso interessante. A música tem um andamento bastante pesado, com linhas vocais de Johanna que entra em uma harmonia assombrosa com o instrumental, mas parece ter medo de cair de vez nas “trevas”, deixando um ar de que faltou uma capirotice a mais por ali, que daria um boom definitivo!
“V” é uma boa sacada, principalmente aos fãs do Lucifer, ou aos que gostam dessas inspirações exacerbadas, porém, não é algo que vá muito além disso, e essa falta de força em arriscar, principalmente nas músicas que parecem que vão decolar e acabam colocando o trem de pouso, e isso incomoda bastante. Ainda assim, vale a conferida como referencial e alguns minutos de música boa.
NOTA:7