Resenha: Mammoth WVH – “Mammoth II” (2023)
A cena hard rock atualmente está repleta de exemplares tanto na gringa quanto no Brasil, de diversas bandas que tentam emular a era do ápice do gênero ou querendo replicar aquilo que algum grupo famoso fez em outro momento.
Agora imagina ser filho de um dos maiores ícones do estilo e simplesmente um dos maiores guitarristas de todos os tempos. É essa a tarefa de Wolfgang Van Halen, filho de ninguém menos do que Eddie Van Halen. Por uma lógica simples, a ideia seria uma tentativa de replicar os passos do pai, mas é exatamente o caminho contrário que ele escolhe e com o Mammoth WVH, ele trilha pegadas próprias e lança “II”, um caminho de originalidade e presença firmada em um trabalho que é nada menos do que, estupendo.
Com apenas dois discos lançado pela banda, este segundo parece uma verdadeira coletânea de sucessos, pois é hit atrás de hit jogado no ouvinte!
A pesada “Right?” abre o disco cheio de vitalidade e nos entrega um refrão impactante e grudento, que ficará martelando na cabeça do ouvinte por diversos dias! O solo é a cereja do bolo, que coroa a primeira música como um dos melhores cartões de visita do ano! “Another Celebration at the End of the World” é algo mais na vibe do grande Eddie e que seria mágico ter a sua presença em um feat. por aqui. Com certeza é um ponto chave do disco, mostrando que Wolfgang pode trazer traços do pai, o que é totalmente compreensível, mas não quer ser nem de longe só uma sombra dele ou muito menos, lembrado como “o filho de”. Ele quer sua própria identidade e alcança isso com poucos minutos. Dalê “hardão” com “Miles Above Me“, que soa mais moderna e mais “palatável” e abre caminho para a poderosa “Take a Bow“. Um dos singles do disco, a música é carismática, radiofônica e uma composição extremamente rica e com camadas monstruosas de musicalidade, que a tornam tão grande que transborda para além do álbum! Uma tacada de mestre e fuziladora. O que é esse refrão, o que é!!! “Optimist” por um baixo poderoso na intro e a voz de Wolfgang chega carregada e densa, para desenrolar em mais um refrão primoroso e um breakdown pesado e carregado de feeling na segunda metade que duvido você manter a cabeça parada em algum dos segundos que ele rola! Não há como escrever sobre esse disco sem citar a emocionamente “Waiting”. Aqui, Wolfgang usa toda suas versatilidade para homenagear o pai em uma música sentimental e doce, uma balada mais agitada que as convencionais, mas não menos impactante! A forma que a música vai crescendo e ganhando corpo e explodindo em sua parte principal é demais e da vontade de colocar no repeat até sabe-se lá quantas repetições rolarem! Lindo momento! “Better Than You” traz algo que poderia figurar no “Sgt. Peppers” dos Beatles, mas com uma injeção de maromba, pronta para encerrar o álbum em alta e fechando um trabalho quase impecável.
Algumas faixas apresentadas acabam se perdendo no eco da genialidade de Wolfgang e são jogadas ao relento diante de outras, mas isso não “danifica” o trabalho em momento algum, que se tornou grande e cheio de presença em um ano de tantos nomes gigantes colocando suas “estampas” para jogo. Van Halen Jr. não teve medo nem falta de coragem de se jogar com a própria “fotografia” em meio aos gigantes e não fez feio em momento algum. Seu pai certamente está imensamente orgulhoso e ávido pelo que vem pela frente.
NOTA: 8
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