Resenha: Metal Church – “Congregation of Annihilation” (2023)
Finalmente o Metal Church lançou seu mais novo play, “Congregation of Annihilation“, o 13° da discografia desta veterana banda. Foram cinco anos de jejum e nem se pensava em coronavirus quando eles lançaram seu último play. A espera valeu e muito a pena.
A demora certamente tem relação com a lastimável perda do vocalista Mike Howe, que nos deixou em 2021, ao que tudo indica, após ter se suicidado. Foi o segundo vocalista da banda a morrer, antes, David Wayne também havia partido, no ano de 2005, por complicações após um acidente automobilístico. Diante da perda de Howe, os caras foram em busca de um novo vocalista e encontraram Marc Lopes, que já chegou com a responsa de carregar o fardo de substituir dois gênios que haviam passado pela banda.
Com produção do guitarrista Kurdt Vanderhoof, a bolacha saiu no último dia 26 de maio, 4 dias depois de mais uma notícia de mais uma morte relacionada a banda, o ex-baterista Kirk Arrington que também teve sua vida ceifada. O álbum saiu pela Rat Pak Records. A capa, muito bela por sinal, é obra do artista Jean Michel e certamente está entre as capas mais belas do ano.
Apesar de ter sofrido o duro golpe de perder seu vocalista, o Metal Church precisava se reinventar e mostrar que segue firme e forte em sua caminhada, o que eles conseguiram com exito. São 11 faixas em 49 minutos e a promessa da banda em voltar com a energia e sonoridade dos primórdios foi alcançada e o vocalista Marc Lopes cumpriu bem o seu papel, mostrando talento e um bom alcance vocal, somado aos riffs de Kurdt Vanderhoof, os quais reconhecemos logo nas primeiras notas.
Os destaques vão para a faixa título, que mistura Thrash com Power Metal de uma maneira contagiante. “All That We Destroy” traz a banda soando como se o Judas Priest resolvesse incluir elementos do Thrash Metal no meio da sua NWOBHM, “Pick a God and Pray” tem riffs alucinantes que combinam com os agudos do estreante Marc Lopes. “Making Monsters” também traz riffs que fazem o ouvinte banguear sem pensar no amanhã e “Me the Nothing” é mais arrastada, densa e com boas passagens, além de ter um final com um piano que deu um tom sinistro, sensacional.
A produção é boa, não compromete, mas poderia deixar o som ainda mais poderoso do que já o é. Ainda assim, dificilmente esse “Congregation of Annihilation” vai ficar de fora da lista dos melhores plays de 2023. É bom ver o Metal Church de volta, mostrando que Seattle, que ainda é conhecida por ser o berço do movimento grunge, é também famosa por abrigar algumas das melhores bandas de Metal dos Estados Unidos. Nevermore, Queensryche, Sanctuary e a própria Igreja do Metal estão aí para comprovar a afirmação. O golpe sofrido pela banda foi duro, mas a volta por cima foi triunfal.
NOTA: 9
Pingback: Kurdt Vanderhoof do Metal Church considera black metal um “lixo total” - Confere Rock
Pingback: Marc Lopes fala sobre possível fim do Metal Church - Confere Rock