Resenha: Nervosa – “Jailbreak” (2023)
Antes de lançar seu novo disco, Nervosa mais uma vez chamou atenção do público ao anunciar que após várias danças das cadeiras por ali, Prika Amaral assumiria os vocais do grupo sem deixar a guitarra. E o que poderia vir daí? Aos que praguejaram e torceram contra seja com qual tipo de piada tentaram fazer, terão de tentar mais.
“Jailbreak”, lançado pela Napalm Records e trazido ao Brasil pela Shinigami Records em uma edição especial, é brutalidade e intensidade em alto nível, em músicas groovadas e de um peso descomunal, e Prika não perde qualide em nenhuma das duas tarefas que assume.
É fácil notar isso na abertura visceral de “Endless Ambition” que não há outra forma de definir do que, brutal! A música é monstruosa, e vale destaque para a baterista Mihaela Naydenova, que soa com um peso carregado de presença. E a banda agora crava sua veia no thrash, com a voz de Prika soando perfeita para essa marca, em alfuns momentos nos lembrando Angela Gossow em algumas passagens. “Suffocate” da sequência ao caos sonoro e é dona de um groove denso e que soa com o peso de uma rocha. “Ungrateful” fecha a trinca pandemônica e faz em uma das músicas mais agressivas do registro e bebe de fontes como o Kreator, com destaque para os solos insanos de Helena Kotina. “Seed of Death” é mais cadenciada, com um início mais melódico e brando e progressões incríveis com um trabalho de guitarra magistral. A faixa título vem na sequência e é bate cabeça puro, potente, ágil e fulminante, dona de um refrão eficiente e marcante. Lembra que falei de Angela Gossow um pouco atrás? “Behind the Wall” podia facilmente ser alguma composição do Arch Enemy em um dos últimos registro da diva nos vocais. Mais adiante, senhoras e senhores, Mr. Gary Holt, do Exodus e Slayer da as caras no muro de concreto “When the Truth is a Lie“, que tem uma introdução que é covardia com os nossos pescoços. Você vai querer gritar esse refrão, mesmo sem saber a letra e pode deixar sua cartela de dorflex aí do lado, você irá precisar. “Superstintion Failed” é introduzida pela bateria de Mihaela e aqui, Prika divide os vocais com Lena Scissorhands do Infected Rain, em uma faixa moderna, mas que não abandona nuances do thrash metal mais tradicional, como as passagens mais melódicas nos solos. Daqui ao final, passamos por mais três faixas, que se repetem um pouco dentro de suas dinâmicas, exceto o encerramento com “Nail the Coffin” que podia figurar como trilha sonora de algum jogo do Mega-Man em alguns trechos.
Nervosa conseguiu provar que ainda tira fôlego de seus tropeços e que segue na caminhada com todas as armas disponíveis para o ataque. E pode apostar que ele é certeiro e sabe onde mirar, causando o efeito necessário em um grande momento de thrash metal.
NOTA: 9
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