Resenha: Riot V – ” Mean Streets” (2024)
O Riot V ressurge com seu terceiro álbum sob o nome adaptado, após a perda do lendário guitarrista fundador Mark Reale em 2012. Desde “Armor of Light” de 2018, “Mean Streets” mantém a formação inalterada, persistindo na trilha clássica do Riot, com uma sonoridade que se equilibra habilmente entre hard rock, heavy e power metal, imbuída de um charme retro que permeia sua essência. Com raízes que remontam a 1977, a banda conhece bem sua herança e lugar no universo metal, mesmo sem membros fundadores restantes. O resultado? Um álbum repleto de riffs potentes e ganchos irresistíveis, evocando uma atitude nostálgica que cativa e conquista.
“Mean Streets“, lançado pela Atomic Fire e distribuído pela Shinigami Records, reflete um Riot V menos intensificado que em “Unleash the Fire” de 2014. Embora poucas faixas tragam à mente os dias áureos de “Thundersteel”, “The Privilege of Power” e “Immortal Soul“, a chama do Riot ainda arde. A abertura, “Hail to the Warriors“, encapsula a energia feroz de “Thundersteel”, oferecendo uma peça bombástica e acelerada que é puro metal nova-iorquino. Todd Michael Hall se destaca com uma performance vocal dinâmica, evocando o poder de Eric Adams do Manowar, em uma exibição imperdível. Mike Flyntz e Nick Lee trazem o trovão com suas guitarras, entregando harmonias e solos que lembram Judas Priest, mostrando que a máquina Riot está mais afiada e perigosa do que nunca. “Love Beyond the Grave” é cativante e vibrante, com um refrão que fica gravado na mente, e Hall se mostra especialmente apaixonado. A faixa-título revisita a grandiosidade de “Johnny’s Back”, resgatando temas centrais de juventude e nostalgia, sendo uma verdadeira bomba para os fãs mais antigos.
Entretanto, nem tudo são rosas. “Feel the Fire”, o single principal, levanta preocupações com sua direção musical, flertando com hair metal/cock rock, embora a banda consiga injetar classe e força suficientes para torná-lo aceitável. “Lean Into It” falha ao adotar um estilo de rock radiofônico, soando desinteressante, enquanto “Open Road” apresenta um riff que remete desconfortavelmente a “I Did It My Way” do Revolution Renaissance. Com seus 51 minutos, “Mean Streets” poderia ter se beneficiado de cortes nesses momentos menos inspirados, mas ainda assim, mantém um ritmo enérgico e envolvente.
Todd Michael Hall impressiona novamente com seu alcance vocal e versatilidade. Mesmo com a saudade da voz poderosa de Tony Moore, Hall se prova um substituto à altura, mantendo o som do Riot V alinhado com os dias de glória da banda. Ele dosa sua performance com precisão, oferecendo uma entrega controlada e impactante. Mike Flyntz e Nick Lee formam uma dupla dinâmica, brilhando com pirotecnia guitarrística sem exageros, sabendo exatamente quando soltar um solo incendiário ou deixar os riffs conduzirem.
No final das contas, são os deslizes na composição que impedem “Mean Streets” de alcançar um patamar superior. A longa espera entre os álbuns e a rara presença em shows em Nova York são frustrantes, mas como fã devoto, continuarei a seguir o Riot / Riot V até o fim. Apesar das falhas, este álbum merece ser ouvido, e se você ainda não explorou “Thundersteel”, corrija essa lacuna em sua vida metal o mais rápido possível.
NOTA: 7