Resenha: Scar Symetry – “The Singularity (Phase II – Xenotaph) (2023)

No mundo do death metal melôdico, nós temos inúmeros exemplares de grandes bandas, mas sem dúvidas, um que se destaca na sua complexidade musical é o Scar Symmetry.

O grupo nasceu como uma grande promessa no início dos anos 2000, mas ao passar por mudanças, acabou ficando um pouco ofuscada, mas sempre se mantendo na atividade e traçando grandes caminhos.

Para um novo disco, foram quase dez anos, mas finalmente chegamos a “The Singularity (Phase II – Xenotaph)” que não decepciona no tempo de espera. Lançado pela Nuclear Blast Records e trazido ao Brasil pela Shinigami Records, o álbum é com certeza uma mescla perfeita entre peso e melodia se unindo para criar dinâmicas espetaculares em seus minutos.

A abertura se dá com a insana “Chronoautilus”, sendo nada menos do que uma das melhores músicas já cridas pelo Scar Symmetry! A mescla dos dois vocalistas Lars Palmqvist e Roberth Karlsson é uma dobra ensandecida da amostra do poder que a banda irá trazer dali em diante. a música não poupa folego, mas há tempos melódicos como na ponte e conta ainda, com um grande instrumental rico em detalhes. É soberbo o que é realizado nessa primeira faixa, impactante e surpreendente. “Scorched Quadrant“, tem um vídeo trabalhando a era das Inteligências Artificiais que dominaram em 2023, e no quesito musical, a pedrada continua sem dar descanso. O refrão parece uma demanda para uma guerra cibernética e apocalíptica que está por vir. “Overworld” é mais linear e traz “trocas” vocais em uma dinâmica muito bem resolvida, tendo o vocal limpo mais expressão por aqui sendo uma música bastante “pegajosa”, mesmo que carregada de peso. “Altergeist” parece em sua introdução uma espécie de trilha de algum rpg antigo unida ao death metal. O refrão rápido é uma mudança chave do andamento, que mostra algo visceral nos versos, com toques do progressivo que é peça importante no som da banda desde muito tempo atrás. O disco se desenrola sem freio, com pianos dramáticos em “Digphrenia Dawn” e o cadenciamento de “Gridworm”, e ainda, o tom épico no encerramento com “Xenotaph”, que encerra em estilo o registro.

Ainda que em alguns pontos, suas música possam soar um pouco repetitivas entre si e sem os ares de frescor de outros discos, é inegável que o Scar Symmetry traz mais um grande momento da música pesada em 2023, e como dito, o tempo de espera sem dúvidas valeu a pena.

NOTA: 8

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *