Resenha: Sleep Token – “Take Me Back to Eden” (2023)
A jornada do Sleep Token começa lá em 2016 e em pouco tempo, a banda foi ganhando cada vez mais notoriedade e chamando a atenção dos que são ávidos por encontrarem novos sons e novos nomes que estejam trabalhando o metal.
Sendo uma das novas sensações de “mascarados”, o grupo vai além de seu visual misterioso, mas para os que se aventuram em algum de seus registros, se depara com uma verdadeira montanha russa sonora e sempre há uma surpresa nova a cada novo verso de uma mesma música. Ali, o ouvinte encontrará um choque entre o Imagine Dragons com o Meshuggah, o que não há definição melhor no momento do que, maluco.
É assim que é o seu mais novo e elogiado novo disco, “Take Me Back to Eden“, um dos registro de 2023 mais aclamados até o momento e que vem arrancando elogios de nomes veteranos do metal, assim como de diversas pessoas que buscam por sonoridades e ares frescos. Obviamente, aos mais tradicionais a banda pouco irá entregar devido a não se prender a rótulos ou formas, viajando por diversos lugares diferentes, o que irá trazer com certeza, bons momentos aos que simplesmente buscam música boa.
“Chokehold” é quem abre, trazendo um começo bastante soturno, que aos poucos vai crescendo e começando a criar forma, com a cheia de presença voz do vocalista Vessel dominando tudo, a faixa caminha para algo na vibe do pop moderno, mas logo, riffs hipnóticos surgem e transformam a música. “The Summoning” é criada em cima do djent, com o groove e peso do estilo, vocais arrastados e os ares do radiofônico do refrão dão um brilho a mais no caminhar! Mas aí do nada, há uma virada para o deathcore e um peso assombroso e berros de Vessel cortam a tranquilidade do momento. Antes do final, a música muda mais uma vez para algo mais brando e com requintes instrumentais cheio de detalhes. “Granite” é um flerte com o hiphop moderno e é carregada com beats e levada mais “jovial”. Mas claro, há o elemento surpresa e no final vem aquele descambo de peso monstruoso de guitarras secas e densas! “Aqua Regia” tem lindo toques de piano durante sua branda audição, e em “Vore”, a banda não poupa na agressividade com um instrumental visceral e vocais rasgados e aniquiladores! Claro que as coisas não param aí, e no refrão, parece estarmos ouvindo outra música, onde a banda mescla o agressivo ao “chiclete”, em um grande trabalho musical de primeira! “Ascencion” é o épico do disco, com seus mais de 7 minutos, a música passeia pelo começo em clima do rap norte americano, e em sua metade um instrumental simplesmente espetacular ganha espaço e da ao ouvinte um dos melhores momentos do disco. “Are You Really Okay?” é o que poderia se chamar de balada do disco, e umas mais bonitas letras do registro, mostrando alguém que lida com uma pessoa que tem as mazelas da depressão. “The Aparation” segue um pouco da vibe de sua antecessora e “DYWTYLM” é a mais apagada dentro do todo por aqui. “Rain” ainda segue o clima mais segurado, mas com momentos mais marcantes, principalmente em sua metade. A faixa título “Take Me Back To Eden” se encarrega de ir encaminhando as coisas para o fim, e o faz em seus mais de oito minutos. E nesse tempo, como esperado, há variações de andamento, com um final bastante carregado e cheio de densidade! “Euclid” encerra de forma mais branda, mostrando um pouco de tudo que foi visto até aqui.
Com isso, o Sleep Token cria uma das obras mais diferenciadas e originais do metal neste ano. Como dito antes, aos mais tradicionais, certamente essa não é a pedida correta do dia, pois tantos elementos unidos pode soar como uma verdadeira blasfêmia aqueles que buscam o mais do mesmo dentro do estilo. Já aos que buscam novidade e novos ares, eis aqui um grande disco, tocado com sutileza e sem medo de arriscar ou misturar batidas diferentes. Se desligando de rótulos e formas, eis aqui um grande disco!
NOTA: 9
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