Resenha: Sonata Arctica – “Clear Cold Beyond” (2024)

O Sonata Arctica está de volta com uma força renovada! Apesar de nunca terem realmente saído de cena, eles nos entregam o que é, sem dúvida, seu melhor álbum em anos. Esses pioneiros do power metal finlandês têm um histórico de lançamentos brilhantes e, ocasionalmente, excêntricos. O som complexo e ambicioso da banda é notável, sempre liderado pelo talentoso vocalista e compositor Tony Kakko. Em “Clear Cold Beyond“, a ser lançado em 8 de março de 2024 pela Atomic Fire Record/Reigning Phoenix Music, e lançado no Brasil pela Shinigami Records, o Sonata Arctica continua a evoluir, combinando elementos tradicionais do heavy metal com influências poderosas, resultando em uma ênfase maior na melodia e em arranjos intricados. Inspirados por outras bandas finlandesas como Stratovarius, eles incorporam elementos orquestrais grandiosos, arranjos sinfônicos e sintetizadores, criando camadas adicionais ao seu som.

A faixa de abertura, “First in Line”, estabelece o cenário para a exploração sonora do Sonata Arctica em seu mais recente trabalho. Com uma introdução de bateria acelerada seguida por um segmento melódico e energético, a música mistura elementos orquestrais com guitarras rítmicas marcantes e tons de baixo estrondosos. Desde o início, fica claro que a banda está ultrapassando limites e explorando novos territórios sonoros. Os vocais de Tony Kakko se destacam na mixagem, oferecendo uma performance apaixonada que define o tom para o resto do álbum.

“California” é um hino com melodias irresistíveis, mostrando o talento do Sonata Arctica para criar ganchos cativantes. Esta faixa é uma ode ao fascínio da Costa Oeste, com suas praias ensolaradas e possibilidades infinitas. O tecladista Henrik Klingenberg brilha, adicionando camadas de textura e atmosfera ao som da banda. “Shah Mat” mergulha em territórios mais sombrios, tanto musical quanto liricamente. A introdução sinistra dá lugar a uma enxurrada de guitarras barulhentas e bateria estrondosa, criando uma sensação de tensão. As letras de Tony Kakko pintam um quadro vívido de um mundo à beira do colapso, enquanto o solo de guitarra escaldante de Elias Viljanen adiciona um toque de virtuosismo.

Em “Dark Empath”, a exploração de temas mais sombrios continua com uma atmosfera taciturna e melodias assombrosas. A música constrói lentamente sua complexidade, sobrepondo sintetizadores exuberantes e trabalho de guitarra intricado. Os vocais de Tony Kakko transmitem saudade e arrependimento enquanto ele canta sobre amor perdido e sonhos despedaçados. “Cure for Everything” oferece um momento de introspecção com seu arranjo despojado e letras sinceras. Apesar do ritmo rápido, a música mantém uma vibração suave, com vocais melodiosos e uma melodia que agrada aos ouvidos. A performance emocional de Tony Kakko é o destaque, ressoando com sinceridade.

A Monster Only You Can’t See” começa com um andamento lento no violão acústico, evoluindo para uma experiência auditiva dinâmica e cativante. A combinação de vocais altos e instrumentação intrincada cria um impulso crescente que culmina em um refrão poderoso. “Teardrops” e “Angel Defiled” demonstram a versatilidade da banda. “Teardrops” é uma balada assombrosa com narrativa emotiva e progressão melódica envolvente, enquanto “Angel Defiled” é um rock pesado com riffs intensos e um solo de guitarra impressionante.

The Best Things” é uma balada sincera com letras pungentes e bela melodia. Os vocais de Tony Kakko, cheios de emoção, cantam sobre o amor perdido e lições aprendidas. O trabalho de teclado de Henrik Klingenberg é notável, adicionando profundidade à música. Fechando o álbum, “Clear Cold Beyond” é uma faixa bela e assombrosa que deixa uma impressão duradoura. A atmosfera etérea e os vocais emocionantes criam uma sensação de beleza sobrenatural, enquanto Tony Kakko canta sobre saudade e perda.

No geral, “Clear Cold Beyond” mostra que o Sonata Arctica sabe onde amarrar suas pontas naquilo que sabe fazer de melhor, abraçando a mudança enquanto permanece fiel às suas raízes. Ainda que eu pouco seja apreciador tanto da própria banda como do power metal, é inegável que eles sabem o que fazer e como conquistar as legiões que são justamente a figura contrária a mim.

NOTA: 6

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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