Resenha: Steve Lukather – “Bridges” – (2023)

TEXTO POR: ANDRE LUIZ PAIZ
O nome “Bridges” faz todo o sentido para o novo álbum solo de Steve Lukather. Trata-se de uma ponte entre sua carreira solo e sua banda principal, o Toto. Impossibitado de lançar novos álbuns com a banda por questões judiciais envolvendo o finado baterista Jeff Porcaro, Luke trouxe para o estúdio seus principais parceiros e amigos de banda, Joseph Williams e David Paich, na intenção de canalisar a energia dos palcos em um novo disco. A lista de convidados vai além, com a notável participação de Simon Phillips na bateria, Lee Sklar (ambos já passaram pelo Toto) e Trev Lukather, filho de Steve.
Conhecido por sua habilidade e versatilidade como guitarrista, Luke curiosamente não costuma lançar “álbuns de guitarristas”, ou seja, seu material é para todos os ouvidos, principalmente fãs de todo e também de uma pegada mais bluesy, esta que não tem tanto espaço em sua banda principal. É também chover no molhado enaltecer ainda mais sua qualidade aqui, já que as linhas de guitarra, solos e riffs são excelentes.
Temos apenas 8 faixas em “Bridges” e a única que foge do padrão das demais é a bluesy “Take My Love“, que soa agradável aos ouvidos. “Burning Bridges” segue um caminho parecido, com acerto ainda maior. “Far From Over” e “When I See You Again” são as mais pop, digamos assim, ou seja, mais voltadas para o som do Toto. O vocal de apoio de Joseph Williams é bem presente no disco e encaixa bem. Gostei muito da balada “All Forevers Must End” e principalmente da faixa de encerramento “I’ll Never Know”, que me transportou para o magnífico álbum “Tambu”, também da banda principal de Steve. E por fim, para quem conhece os seus demais trabalhos solo, vai se identificar facilmente com “Someone”.
“Bridges” não é um disco impactante, mas é muito bem feito, produzido e funciona bem em sua integridade. Trata-se de um trabalho bem maduro e bem lapidado, só que infelizmente não tem tanto poder para figurar entre os melhores lançamentos do ano. Mesmo assim, é uma boa pedida.
NOTA: 8 

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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