Resenha: Sunbomb – “Light up the Sky” (2024)

Quando o Sunbomb foi formado no sul da Califórnia se reuniu em 2019, a proposta estava clara: criar uma homenagem ao rock dos anos 80, resgatando a essência de ícones como Ronnie James Dio, Black Sabbath, Ozzy Osbourne e Judas Priest. Agora, em 2024, “Light up the Sky“, lançado pela Frontiers Records em parceria com a distribuição pela Shinigami Records, este é seu segundo álbum de estúdio, e a banda não só cumpre essa promessa, como também consegue dar sua própria marca ao gênero, oferecendo um trabalho que evoca a nostalgia do metal clássico com a força do presente.

A sonoridade do disco é uma celebração inegável das influências dos anos 80, especialmente do hard rock e metal, mas sem cair no exagero ou no pastiche. O álbum começa com “Unbreakable”, um hino de perseverança e resiliência que logo se impõe pelo riff afiado e pelo vocal vibrante de Michael Sweet. Aqui, as guitarras remetem diretamente a uma era de distorções pesadas e solos incisivos, sem deixar de exibir uma abordagem moderna na produção. A letra, que fala sobre superar adversidades, encontra em sua música um perfeito reflexo da força do grupo.

A faixa seguinte, “Steel Hearts“, traz uma virilidade sonora que lembra as influências de Dimebag Darrell, com um riff poderoso que facilmente faria justiça a qualquer álbum do Pantera. Nesse contexto, Tracii Guns, mestre das seis cordas, brilha ao lado de Sweet, que exibe sua assinatura vocal distinta, fortemente influenciada pelos vocais épicos dos anos 80.

O álbum não é limitado às homenagens óbvias aos grandes mestres do metal. Ele também faz um aceno sutil à nova geração do gênero. A faixa “In Grace We’ll Find Our Name“, com seu breakdown sofisticado, parece uma fusão entre a robustez do metal tradicional e a complexidade de bandas como Mastodon, algo que agrada aos ouvidos mais exigentes e com uma pegada mais progressiva.

Em “Diary of a Madman” e “Beyond the Odds“, o tributo a Randy Rhoads é evidente, com riffs marcantes e solos memoráveis, enquanto “Scream Out Loud” traz o peso de Sabbath em sua essência, com aquela pegada de mistério e poder inconfundível. Já “Winds of Fate” é a faixa onde o espectro do Judas Priest realmente ganha vida, com sua energia implacável e uma melodia que parece transportá-lo diretamente para os anos dourados do heavy metal.

Para quem tem saudade do rock acústico clássico dos anos 80, “Where We Belong” é uma pausa suave no álbum, oferecendo uma reflexão melódica que homenageia uma época de baladas que marcaram gerações. O encerramento com “Setting the Sail“, um riff pesado e definitivo, é a cereja do bolo que culmina o trabalho com força e grandiosidade.

Em resumo, este álbum não é apenas para os fãs das lendas do metal, mas também para aqueles que desejam vivenciar uma viagem sonora no tempo, sem perder a modernidade que o gênero alcançou nos dias atuais. Se você é apaixonado por vocalistas como Bruce Dickinson e Ronnie James Dio, ou pelas guitarras ferozes do heavy metal clássico, não há dúvida: esse álbum merece um lugar de destaque na sua coleção.

NOTA: 7 

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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