Resenha – Suffocation – “Hymm From the Apochrypha” (2023)
No universo do death metal, o nome Suffocation já é reverenciado como um dos pilares do gênero e se tornado um dos seus maiores expoentes há uma boa caminhada. Mas quando se ouve “Hymns from the Apocrypha“, o nono álbum da banda, lançado pela Nuclear Blast e trazido ao Brasil pela Shinigami Records, uma mudança significativa salta aos ouvidos: a ausência do icônico vocalista Frank Mullen. No entanto, essa mudança não diminui a força do Suffocation, mas sim marca o início de uma nova era para o grupo.
Com Frank Mullen fora de cena, é Ricky Myers, veterano da cena e baterista do Disgorge, quem assume os vocais. E Myers não decepciona. Seus rugidos são imponentes, trazendo uma energia própria à banda, ao mesmo tempo em que mantém a brutalidade característica do Suffocation. É como se Myers não apenas preenchesse, mas também expandisse os “grandes sapatos” vocais deixados por Mullen.
“Hymns from the Apocrypha” é uma celebração do legado do Suffocation, ao mesmo tempo em que aponta para o futuro. Desde os primeiros singles, como “Perpetual Deception” e “Seraphim Enslavement”, fica claro que a banda não está descansando sobre seus louros. A bateria implacável, os riffs intrincados e a brutalidade incessante demonstram uma banda em sua melhor forma, pronta para desafiar as expectativas.
Ao longo das faixas, como a explosiva faixa-título e “Immortal Execration“, o Suffocation mescla habilmente suas raízes clássicas com uma sensibilidade moderna. Os riffs são poderosos e técnicos, os grooves são irresistíveis e os momentos mais pesados são simplesmente avassaladores. Hobbs e Errigo brilham com seus arranjos inspirados, enquanto Morotti e Boyer formam uma base sólida e rítmica que impulsiona a música para frente com ferocidade.
No entanto, nem tudo são louros para “Hymns from the Apocrypha“. A produção ainda deixa um pouco a desejar, com uma falta de organicidade em certos aspectos. Mas, no geral, o álbum supera as expectativas, mostrando que o Suffocation está longe de se acomodar em sua carreira.
Em última análise, “Hymns from the Apocrypha” é um testemunho da força e da criatividade contínua do Suffocation, ainda que o registro sofra de algumas questões em sua produção. Não é apenas um álbum que agrada aos fãs antigos, mas também serve como uma introdução empolgante para uma nova geração de ouvintes. Com este lançamento, o Suffocation prova que ainda tem muito a oferecer e que seu legado no mundo do death metal está longe de ser encerrado.
NOTA: 7