Resenha: TesseracT – “War of Being” (2023)
Desde os primórdios do progressivo, com nomes como Rush, Pink Floyd, Yes, Genesis, e a levada do tal “metal progressivo” nos 90 e uma penca de bandas que carregaram a bandeira, quer eles quisessem ou não o fardo, o estilo nunca foi unanimidade dentro dos fãs da música pesada.
As coisas deram uma ajambrada ainda maior quando rotularam uma leva de bandas como o Meshuggah de “djent”, por não se enquadrarem nem como heavy metal, mas também, não só a punhetação do prog metal, daí nasce um novo estilo, que dizem ser um passo a frente do que foi feito antes.
Daí em diante, uma massa de bandas vem fazendo uma mistureba das duas partes, como o caso do Periphery e do Tesseract. Ambas lançaram novos discos em 2023, e a última, fez uma baita propaganda para “War of Being“. O vocalista Daniel Tompkins, foi diretor de um jogo que seguia o enredo do disco, em uma história utópica e futurista.
Mas deixando toda essa gororoba marketeira de lado, indo ao registro, tudo que é identitário da banda está por lá em seu novo bloco. A impactante abertura com “Natural Disaster” é forte e carregada de presença, mesclando todos os elementos que fazem o Tesseract ser o que é. Emendando na sequência, “Echoes” traz um refrão crescente que tem como meta atingir o ouvinte e o marcar dali em diante, para a odisséia musical que se seguirá. “The Grey” é uma das mais pesadas e traz versos raivosos e cravados na guitarra, com uma linha vocal de Daniel, mesclando urros e melodias duplicadas marcantes, com um baixo funkeado muito bem empregado, ditando o andamento. A cozinha da música é incrível e a tornam uma das melhores do disco. “Legion” é brande em seu início, mas vai causando uma tensão crescente no andamento, que vai ganhando corpo aos poucos e cria algo atmosférico e carregado de drama. A faixa título “War of Being” é uma das mais apoteóticas que o disco traz e produz camadas sombrias e tão densas que não há como não se impressionar com o que nos é entregue. O disco segue com alguns lados-b que não causam absolutamente nada, até retomar a boa dinâmica em “Sacrifice” que encerra o trabalho tentando recuperar o tempo perdido com as duas faixas anteriores.
Ainda que já mostrando sinais de cansaço e repetições, o TesseracT consegue entregar um bom disco dentro da sua proposta e para um gênero que já nasceu meio fadado a se repetir. Vale a pena acompanhar os bons momentos que o álbum consegue entregar, pois neles se concentram alguns pontos bastante marcantes e que divertem ao ouvir a brincadeira dos músicos com seus instrumentos.
NOTAS: 7
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