Resenha: The Hellacopters – “Overdriver” (2025)

“Overdriver” é o segundo trabalho do segundo capítulo da trajetória do The Hellacopters após seu retorno em 2018. Lançado pela Nuclear Blast em parceria com a Shinigami Records, assim como seu antecessor, “Eyes of Oblivion”, o álbum revela uma banda mais relaxada e confortável, que se distancia do rock de garagem cru e punk de seus primeiros anos, enquanto ainda mantém viva a essência do rock clássico dos anos 70. Logo na abertura, a faixa “Token Apologies” apresenta uma batida mais mediana, seguida pelo groove melódico de “Don’t Let Me Bring You Down”, que cativa com seu ritmo envolvente. A banda também demonstra seu lado soul em “(I Don’t Wanna Be) Just A Memory” e revela uma apreciação pelas melodias pop ao estilo Red Kross na pergunta “Do You Feel Normal?”.

Faixas como “Wrong Face On” e “Faraway Looks” reforçam que as raízes do garage rock ainda estão presentes, mostrando que a banda não abandonou seu estilo roqueiro de verdade. Já “The Stench” traz um refrão com influências blueseiras, preparando o terreno para o grandioso encerramento com “Leave A Mark” — uma faixa de cinco minutos que resume tudo o que a banda tem a oferecer em 2025, com letras que podem parecer familiares, especialmente para fãs de Springsteen.

Assim como seu álbum anterior, alguns ouvintes podem achar que o Overdriver apresenta um refinamento que o distancia do som mais cru de seus trabalhos iniciais. Há quem sugira, inclusive, que ele soe melhor na velocidade de 1,25x. Apesar de parecer uma faixa que poderia ter sido incluída no seu álbum de estreia, “Supershitty To The Max”, é importante lembrar que esse último já tem 30 anos. Para quem busca algo que remeta ao estilo de então, há muitas bandas influenciadas pelo The Hellacopters nas últimas duas décadas.

NOTA: 7

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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