Resenha: Xeque Mate – “Não Consigo Manter a Fé” (2022)
Portugal é conhecido por ser a terra de algumas bandas muito boas. O Moonspell pode ser citado como o nome mais conhecido mundialmente. Também temos nomes como o Vasco da Gama, e também o Tarantula. Mas nenhuma delas tem o selo de pai do Heavy Metal da terra de D. Pedro I que o Xeque Mate carrega. E eles estão de volta, com “Não Consigo Manter a Fé”.
Apesar das mais de quatro décadas de existência, este quinteto do Porto está apenas no seu terceiro full-lenght. A banda é mais uma a ter aproveitado a forçada reclusão por conta da pandemia de COVID-19 para escrever novas canções e no finalzinho de 2022, mais precisamente em 17 de dezembro, véspera da final da Copa do Mundo, o novo álbum foi lançado através da Lavrae Records, um selo português.
O sucessor de “Æternum Testamentum” (2016) tem 9 músicas divididas em 43 minutos e o que podemos perceber é um belo disco, onde os veteranos da cena lusitana se aventuram pelo Hard e o Heavy Metal, com canções enérgicas, como por exemplo, “Rastejantes“, um baita Power Metal e com um peso que contagia o ouvinte. Outro exemplo é a faixa derradeira “(Estes) Cães que Mordem“, que é pesada e densa na medida certa. Em toda a extensão do play é perceptível a técnica de cada um dos músicos. Eles sabem o que estão fazendo e entregam um trabalho bem acima da média.
Para o fã brasileiro que tiver interesse em ouvir a banda, facilita o fato de eles cantarem em língua portuguesa, ainda que por alguns momentos possa nos causar estranheza uma ou outra palavra, além da pronúncia que é bastante diferente da qual estamos acostumados, o que é perfeitamente aceitável, uma vez que por razões históricas o português falado do lado de cá se diferenciou bastante do português falado pelos nossos colonizadores. É mais uma razão para conferir o trabalho deste quinteto que vale muito a pena.
Bem tocado, bem produzido, “Não Consigo Manter a Fé” mostra que experiência conta muito em uma banda. Infelizmente não há versão brasileira, fica aqui a sugestão para um dos selos brasileiros que tanto têm se empenhado em lançar álbuns de inúmeras bandas para que possa tentar fazer uma parceria e tornar essa simpática banda mais conhecida pelos lados de cá. A capa também merece destaque, trazendo uma bela modelo vestida de preto, com um terço em suas mãos. Super indicado para os apreciadores de um bom Hard ‘n’ Heavy.
NOTA: 8,0