Resenha: Opeth – “In Cauda Venenum” (2019)

Opeth é algo que deveria surgir na frente da palavra requinte nos dicionários. Mikael Arkefeldt, o gênio master por trás da inegável qualidade da banda tem um luxo em suas composições que se torna algo assombroso cada camada colocada em um música e como você descobre um novo elemento quando ouve novamente algumas de suas músicas.

Em “In Cauda Venenum” não foi diferente. Lançado em 2019, o disco ganha uma edição de luxo, digna de acompanhar a sua magnitude, lançada pela Atomic Fire e trazido ao Brasil com a parceria Shinigami Records. São três discos em uma embalagem simplesmente incrível, que dão os adornos necessário a uma obra tão encantadora. Temos ali, a versão em inglês e sueca, ainda apresentando três novas músicas antes não lançadas, também nas duas línguas.

Ao dar o play, você entrará em um mundo de luxo e composições graciosas, e mostrando porque o Opeth é algo tão grandioso no mundo do heavy metal, mesmo com sua música complexa, rotulados por alguns como progressivo, mas que vai muito além de qualquer rótulo. Não podemos deixar de falar da lindíssima capa que merecia estar emoldurada em alguma parede de galeria de arte.

Abrindo com a climática “Garden Eartlhy Delights“, é só o começo e o abrir das cortinas para “Dignity”, que traz aquelas mesmas marcas que fazem do Opeth tão rico. Vozes sobrepostas, baixo marcado e violões dando a batida na levada! Incrível e de cara mostra o alto nível encontrado aqui. Mikael surge em meio a um dedilhado de violão com sua voz aveluda nos versos, para explodir em emoção na parte central da música, fazendo tudo de forma magistral! O que é esse refrão?! Essa melodia hipnótica é simplesmente assustadora de tão forte e poderosa! “Heart in Hand” é uma quebradeira em seu começo, e traz um riff pesado e cheio de groove, mesclando melodia a algo mais agressivo na medida certa e cria uma das melhores faixas do disco. “Next in Kin” é soturna, lembrando o Opeth dos primórdios, mas ao mesmo tempo, podendo soar como algo que faria parte de “Sorceress”, disco anterior da banda. Na sequência, vem nada menos do que uma das músicas mais bonitas que Mikael criou em tod sua carreira. “Lovelorn Crime” é algo surreal de tão bela que soa, em toda sua melancolia, toda a sua riqueza musical e tanta inspiração na hora de ser composta. É simplesmente soberba seu todo. “Charlatan” os caras empolgam no lado mais progressivo e criam algo que poderia ser uma mistura do Rush e Floyd, com a pitada “opethiana” no meio de tudo dando um tempero a mais! “Universal Truth” é uma montanha russa de andamentos, entre coros e violões, com partes mais explosivas e escalas que hipnotizam o ouvinte. Mais adiante, o requinte continua até o encerramento com “All Things Will Pass“, poderosa e cheia de presença.

As inéditas, “The Mob” seguem o luxo, com essa sendo dona de uma riqueza incrível, com flautas que embalam o ritmo durante quase seu todo, e não sei se por acaso ou intencional, mas me lembrou em muito melodias de Hermeto Pascoal, e Mikael sendo um avíduo pesquisador de música, não duvido ter se deparado com algo do compositor brasileiro e integrado no Opeth.Widht of a Circle” já traz mais peso, com riffs cadenciados e densos e “Freedom & Tyranny” é daquelas influências do Floyd que transpiram.

Como dito, Opeth é marca de qualidade e não foi diferente aqui! Um disco impecável que não é só para os amantes de rock/metal, mas amantes de música e do quão bem feito ela pode ser! Se for nessa edição de luxo então, melhor ainda! Indispensável na estante dos apreciadores!

Você pode adquirir a edição de luxo aqui.*

NOTA: 10 

*Não temos nenhum ganho monetário por nenhuma venda do link desta resenha. 

 

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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