Ricardo Confessori comenta sobre músicos pedirem ajuda aos fãs: “onde está a decência das pessoas?”
Em conversa com o MetalKast, Ricardo Confessori falou sobre o fim do Shaman, e como ele disse “ter sido usado como bode expiatório pela segunda vez“, ao anunciarem o final da banda.
Mas não foi só sobre isso que ele falou. Em outro trecho da entrevista divulgado, o baterista foi perguntado sobre o que ele acha sobre músicos pedirem ajuda financeira aos fãs, no conhecidos coletivos, para gravar um disco ou algo parecido. A resposta de Confessori foi além, e ele acabou trazendo o caso recente de Fernanda Lira da Crypta, que pediu ajuda aos seus seguidores para mobiliar sua nova casa, porém, sem citar o nome da artista:
“Esse negócio de financiamento que eu me lembro a primeira banda a fazer isso foi o Marillion, isso há muito tempo atrás e através do site deles eles começaram a vender o CD especial para o fã, que comprasse antecipadamente esse esse CD diretamente também com eles, que foi uma jogada de marketing. Eu vejo hoje que existe os dois lados, existe esse lado da coisa ser legal, do fã sair ganhando né quando ele faz esse financiamento, que na maioria das vezes é uma compra antecipada, é pré-venda.
Mas eu vejo assim muita gente também se aproveitando disso. Eu vi alguns casos na internet ultimamente, muita gente pedindo aí pedindo para botar móvel dentro da casa dela querendo mudar. Ah eu preciso de um dinheiro para os meus móveis, me ajuda aí. Eu preciso de um dinheiro para isso me ajude aí, e eu não gosto disso. Assim, eu acho uma coisa bem deprimente né cara. Você vê músicp fazendo e tornando isso assim, tipo normal né cara. Onde que tá a decência dessas pessoas? Porque na minha época era assim, se a música ainda não tá te dando o suficiente, você tem que ter um emprego paralelo. Eu lembro muito bem quando a gente foi gravar o Holy Land na Alemanha, que o batera que gravou o Angels Cry, ele era carteiro. Ele tinha uma outra profissão. Ele tinha a banda dele e ele se mantinha com a sua outra profissão que era carteiro. Trabalhava 6 horas por dia, o resto do dia ele fazia música, e não precisava ficar pedindo, implorando por dinheiro para coisas que não tem nada a ver com fã. Eu acho que assim, a venda de um produto uma com prazo antecipado é legal, ah você vai ter uma vantagem, você vai comprar, vai ser bem antes, você vai ter autografado, vai o cartão, vai isso, legal! Mas qualquer coisa além disso, ai me ajuda aqui na minha Live, me ajuda manter meu canal, me ajuda a mobiliar minha casa, eu já acho que isso daí tá virando uma palhaçada“
O trecho pode ser visto aqui.