Robb Flynn diz que nome do Machine Head não veio do disco do Purple mas não consegue dizer isso a Ian Gillan

Foto: Ian Dias

Muitos já se perguntaram se o nome do Machine Head foi alguma referência ao disco do Deep Purple, mas a história não parece ser bem essa.

Em passagem pelo Brasil, o vocalista e guitarrista Robb Flynn conversou com Kazagastão sobre o nome e explicou que não tem coragem de dizer a Ian Gillan que não foi uma homenagem ao clássico álbum. Ele diz:

Eu adorava rock clássico, e não era chamado de rock clássico naquela época. Era apenas rock naquela época. Eu era muito específico sobre as bandas de rock clássico que eu amava. Tipo, eu nunca fui louco por Led Zepellin. Eu realmente não me importava com Led Zeppelin. Só foi muito mais tarde na minha vida que eu realmente apreciava o Led. Mas na época todos os idiotas da escola gostavam do Zeppelin. Então eu pensei, ‘Foda-se o Led Zeppelin.’ Black Sabbath era mais minha praia, porque eles eram muito mais malvados. O Deep Purple na Califórnia não era tão popular nos anos 80. Havia outras coisas que eram muito mais populares. Então, por falta de uma palavra melhor, era estava fora do meu radar. E então, é claro, mais tarde, obviamente, eu sabia que ‘Machine Head’ veio do Deep Purple. Provavelmente nem ouvi o disco inteiro. Ouvi grande músicas – ‘Space Truckin” , eu ouvi, obviamente, ‘Smoke On The Water’.

Vou te dizer uma coisa, eu conheci Ian Gillan. Estávamos em Liverpool mixando nosso segundo disco em 1996 e ele estava em Liverpool gravando um álbum solo no mesmo estúdio. E ele veio ao nosso estúdio uma noite e estava, tipo, ‘Ei, como vai?’ Nós estávamos, tipo, ‘Oh meu Deus.’ E eu não tive coragem de dizer a ele que não tínhamos tirado o nome da banda dele.  Tenho certeza de que ele pensava que sim. Mas nós apenas saímos. Fomos para a porra do estúdio e ele estava, tipo, ‘Toque para mim algumas das músicas novas.’ E então acabamos tocando um monte de músicas para ele. E tocamos bem alto. Ele provavelmente tinha quase 60 anos neste momento – na casa dos 50. E ele começou a tocar e disse, tipo, ‘Oh, eu preciso que seja mais alto. E ele literalmente aumentou o volume no máximo – quero dizer, os gigantescos alto-falantes do estúdio. E nós pensamos, ‘Puta merda. Tudo bem, vamos lá.’ E ele sentou lá e ouviu a porra do álbum inteiro. E ele disse, ‘Ei, venha ao meu estúdio e ouça meu álbum solo.’ E ele estava passando por uma fase folk ou algo assim. E ele veio e pediu garrafa após garrafa de vodca, Jack Daniel’s, cerveja, apenas fumando cigarros o tempo todo. Quero dizer, nós apenas tivemos a melhor noite. Ele estava contando história após história após história.”

 Machine Head passou pelo Rio de Janeiro neste sábado e logo mais, você confere a resenha no site.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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